Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico: Tradução e Análise (Artifício RPG)

Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico: Tradução e Análise (Artifício RPG)

Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico: Tradução e Análise (Artifício RPG), RPG - Mestre Charles Corrêa
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Artifício RPG. lançou um novo conteúdo!

Para aqueles que acompanham nosso trabalho aqui no Artifício RPG, já sabem que levamos as traduções a sério. Não é diferente com o D&D Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico, que disponibilizamos o PDF para download da Tradução integralmente em português, de forma gratuita, na plataforma DMs Guild além de nossa análise abaixo.

Como Baixar e Apoiar a Nossa Tradução

Como sempre fizemos com outros materiais de Unearthed Arcana, esta tradução oficial está disponível para download gratuito na DMs Guild, com o diferencial importante: você pode escolher pagar o valor que desejar caso queira apoiar nosso trabalho de tradução e análise.

Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico: Tradução e Análise (Artifício RPG), RPG - Mestre Charles Corrêa

Para acessar e baixar diretamente nosso material traduzido em PDF, visite o link abaixo:

A opção “pague o quanto desejar” permite que você contribua com qualquer valor, incentivando nosso esforço contínuo para entregar traduções completas, detalhadas e confiáveis à comunidade de RPG do Brasil.

Sobre os Termos das Palavras Traduzidas

Nesta tradução, seguimos rigorosamente as diretrizes oficiais de localização internacional da Gale Force 9 para Dungeons & Dragons. Todas as terminologias brasileiras oficiais utilizadas estão alinhadas perfeitamente com os padrões encontrados nos seguintes livros oficiais:

Técnica e Compromisso com a Tradução

Além disso, nossa tradução utilizou integralmente as técnicas apresentadas por nós no documento “Como Fazer um Pré-Projeto de Tradução de RPG”, disponível gratuitamente no Artifício RPG.

Nosso compromisso não é apenas com a fidelidade ao conteúdo original, mas também com clareza, coerência, contexto cultural e terminologia oficial brasileira.

Agora, você tem em mãos mais uma tradução cuidadosa e profissional do Artifício RPG, pronta para uso imediato nas suas mesas, gratuitamente ou contribuindo como puder.

Morfista ou Metamorfo? A Sutileza de Nossa Tradução

Enquanto fazíamos nossa tradução, esbarramos numa questão particularmente interessante: a subclasse Metamorph. A tradução literal – “Metamorfo” – já é oficialmente reservada em português para criaturas com a característica Shapechanger, conforme a definição do Livro dos Monstros 5ª edição revisado de 2014, página 208 (licantropo javali). A solução? Aplicamos nosso toque pessoal e filosófico: Morfista, utilizando o sufixo de ofício “-ista”, que denota especialização profissional, como em “psicanalista.

Mais do que uma escolha linguística, isso revela nossa tentativa constante de dar profundidade ao que poderia parecer superficial, uma decisão que carrega nossa assinatura.

Nosso Trabalho no Artifício RPG: Uma Tradução Filosófica

Nosso Trabalho no Artifício RPG: Uma Tradução Filosófica, Existencial e Provocadora

Aqui no Artifício RPG, nosso papel vai muito além de converter palavras de um idioma para outro. Traduzir o Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico não foi apenas uma tarefa técnica, mas sim uma experiência intelectual e, por que não dizer, emocional. Encaramos esse material com a mistura agridoce de ceticismo e fascínio filosófico, um olhar que desconfia das promessas fáceis, mas que ainda se permite seduzir pela ousadia de uma boa ideia.

Nosso compromisso não é com a fidelidade literal. É com o significado. Não traduzimos regras — interpretamos propostas. A cada linha, buscamos o contexto oculto, a intenção que escapa ao olho distraído, a provocação que transforma um conjunto de estatísticas em um manifesto sobre limites, mente e vontade. Ao trazer o Psiônico para o português, não apenas traduzimos uma nova classe. Traduzimos um convite à reflexão sobre o que significa jogar — e o que significa existir em mundos que, mesmo sendo imaginários, nos dizem mais verdades do que o mundo lá fora.

O Psiônico, mais do que qualquer outra classe recente, impõe ao jogador a necessidade de se perguntar constantemente como e por que usar seus recursos. Cada decisão não é apenas uma jogada, mas um espelho: como você lida com os limites da sua energia? Até onde está disposto a ir para vencer — ou para manter sua integridade? Em cada dado de Energia Psiônica jogado, há um eco da nossa própria vida cotidiana, onde também gastamos energia mental limitada em tarefas, desafios e decisões nem sempre racionais.

E é justamente aí que reside a provocação da proposta da Wizards com essa classe. Ainda que envolta em mecânicas e termos técnicos, ela nos obriga a pensar. A pensar de verdade. A nos observar, a nos desconstruir e, no processo, talvez até nos transformar. Jogar com um Psiônico é um exercício existencial. É lidar com dilemas internos enquanto se tenta manipular o mundo externo. É a simbiose perfeita entre forma e conteúdo, entre mecânica e narrativa, entre o que se joga e o que se sente.

Se você está preparado para isso, só você poderá responder. Mas esteja ciente: o Psiônico não é um caminho fácil. É profundo, exigente, potencialmente doloroso. Talvez seja por isso mesmo que ele seja necessário. Porque, às vezes, o que mais precisamos não é de uma nova ficha de personagem — é de um novo jeito de pensar o jogo. E isso, sim, nós traduzimos. Palavra por palavra. Sentido por sentido. Com a alma e com o cérebro. Porque é exatamente isso que pretendemos fazer com cada lançamento: provocar. E, no processo, traduzir muito mais do que textos. Traduzir experiências.

Para acessar e baixar diretamente nosso material traduzido, visite o link abaixo:

O Psiônico: Uma Reflexão Filosófica Sobre a Nova Classe

Sejamos sinceros desde o início: toda vez que uma nova classe ou material de Unearthed Arcana surge, os ânimos se dividem entre fascínio genuíno e cansaço existencial. O lançamento recente do Unearthed Arcana 2025: O Psiônico não foge desse dilema. Nós, do Artifício RPG, realizamos a tradução completa e minuciosa, como apresentado acima, e agora irei apresentar uma introdução com aquela mistura de melancolia e provocação que você já conhece bem, ou como o Arddhu fala: “texto grande demais, um dossiê”.

Precisamos Mesmo de Mais Uma Classe?

Dungeons & Dragons tem uma longa história de tentativas em integrar o conceito de psiônicos, desde o lendário (ou infame?) Mystic Class de 2017, que balançou as estruturas da comunidade. Desta vez, a Wizards of the Coast retorna com o Psiônico, mas de um jeito que me pareceu, inicialmente, como aquele amigo que insiste em contar uma história já conhecida, mas promete que “agora é diferente”.

É nesse ponto que o dilema surge com força. O Psiônico é, essencialmente, um conjurador, que utiliza poderes mentais para manipular magias. Um Mago disfarçado? Talvez. Mas com mecânicas suficientemente diferentes para ser relevante, trazendo uma versatilidade que remete diretamente às infindáveis revisões feitas no Artífice pela própria Wizards nos últimos seis meses. Aliás, aqui preciso destacar: foram tantas revisões que já é difícil dizer se o Artífice ainda é o mesmo ou se tornou uma entidade mutante, que muda a cada piscar dos olhos da WotC.

Um Mago Psíquico, Mas com Dilemas Próprios

Sim, o Psiônico lembra o Mago. Mas há mais nuances que vale notar. Para começo de conversa, o Psiônico conta com seis magias similares ao repertório do Mago tradicional, porém oferece versatilidade através dos seus Dados de Energia Psiônica, que não é novidade. Sua última aparição foi no Caldeirão de Todas as Coisas de Tasha, numa característica de nível 3 do Ladino Adaga Espiritual – dados que se consomem como nossa própria energia mental se dissipa diante da monotonia da vida diária. E isso não é só uma metáfora barata; é uma sensação real e amarga que cada jogador que lê esse material pode perceber, se realmente prestar atenção.

A verdade é que a classe incorpora uma dualidade fascinante: é familiar o suficiente para não alienar jogadores veteranos, e diferente o bastante para justificar sua existência. E aqui reside um dilema existencial: é realmente novo, ou apenas um rearranjo das mesmas ideias com uma embalagem bonita do Ladino Adaga Espiritual?

Psiônicos e Dark Sun: Retorno ou Nostalgia Frustrada?

O retorno do conceito de psiônicos imediatamente evoca a memória do cenário pós-apocalíptico de Dark Sun, e como bom melancólico confesso, isso gera um misto de empolgação e dúvida. É como encontrar um velho amigo de infância que você não vê há décadas: será que ainda temos algo em comum ou só as lembranças bastam?

A inclusão dos Talentos Selvagens, no entanto, me pareceu uma tentativa clara da Wizards de sinalizar esse retorno inevitável ao universo árido de Athas. É possível que seja apenas meu lado pessimista falando, mas talvez isso não passe de uma nostalgia vazia, que tenta nos seduzir com a promessa de algo que nunca mais será como antes.

Embora o cenário de Dark Sun tenha sido oficialmente lançado para a 4ª edição de D&D, ele não foi adaptado para a 5ª edição. Isso se deve, em parte, ao fato de que Dark Sun é um cenário de baixa magia, enquanto a 5ª edição é caracterizada por alta magia, tornando a adaptação desafiadora.

Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico: Tradução e Análise (Artifício RPG), RPG - Mestre Charles Corrêa
A brutalidade de Athas e o foco nos poderes da mente fizeram de Dark Sun uma referência obrigatória para qualquer análise de psiônicos no RPG.

Além disso, o cenário apresenta temas sensíveis, como escravidão, genocídio e estereótipos raciais, que são considerados problemáticos pela Wizards of the Coast. O produtor executivo de D&D, Kyle Brink, afirmou para o site Wargamer que esses aspectos são a principal razão para a ausência de uma nova edição de Dark Sun.

A viabilidade comercial também é uma preocupação. Dark Sun exigiria a criação de novos manuais de monstros, classes como gladiadores e mecânicas de psionismo, o que demandaria um investimento significativo. Além disso, o cenário não impulsionaria as vendas dos livros básicos, como o Livro do Jogador, o que o torna menos atraente do ponto de vista financeiro, já que há boatos que D&D já está em queda.

Diante desses fatores, o retorno de Dark Sun na 5ª edição parece improvável, e para o Mollie Russell do Wargamer, é um cenário problemático. Embora a nostalgia persista, é possível que o cenário permaneça como uma lembrança do passado, sem uma adaptação oficial para as edições mais recentes de D&D.

Uma Provocação Necessária

Em nossa tradução do Artifício RPG, percebi algo significativo que merece destaque: enquanto muitos na comunidade de D&D insistem que psiônicos são desnecessários ou meramente uma “re-skin” da conjuração tradicional, este lançamento propõe algo um pouco mais audacioso. É verdade que ainda está dentro do paradigma tradicional da 5ª edição, mas é justamente sua audácia tímida que me faz questionar: estamos diante de uma inovação real ou só assistindo ao jogo se curvar novamente às pressões do mercado, que pede novidades constantes para satisfazer uma necessidade de consumo infinito?

Talvez, na verdade, não seja apenas sobre jogos, mas sobre nós mesmos. Sobre como lidamos com nossas próprias mentes e como desejamos manifestar nossa existência através de personagens imaginários.

O que Vem Adiante

Como sempre, não oferecerei conclusões definitivas porque, como em todas as grandes reflexões filosóficas, elas simplesmente não existem. O que existe é o convite à reflexão contínua, o questionamento constante, a dúvida saudável que nos torna profundamente humanos. E é essa humanidade que procuramos despertar em cada palavra escrita aqui no Artifício RPG.

Afinal, você já sabe que aqui, como na vida, nenhuma resposta será dada de mão beijada. Você terá que buscá-las em si mesmo. E, talvez, no fim das contas, essa busca seja o que realmente importa.

A Proposta do Psiônico

Sejamos claros desde o princípio: a Wizards of the Coast nunca foi famosa por sutileza. Cada lançamento, cada revisão, cada suplemento anunciado vem com aquele aroma de revolução, mesmo que, muitas vezes, termine com o gosto amargo do “mais do mesmo”. Mas dessa vez, com o lançamento do Psiônico, parece que a Wizards decidiu realmente provocar uma reflexão mais profunda. Talvez, e eu digo isso com toda a retórica possível, estejam finalmente buscando algo além do óbvio. Algo que não apenas mexa com dados, mas com nossas próprias expectativas sobre o jogo e sobre nós mesmos.

Psiônico: Um Conjurador ou um Novo Paradigma Mental?

A primeira coisa que precisamos aceitar é que o Psiônico não é, e jamais será, uma classe simples. Não é algo que você escolhe casualmente porque “parece legal”. Ele exige uma entrega pessoal, quase íntima, do jogador – uma reflexão constante sobre como você gasta sua energia mental, como administra recursos psíquicos e como encara o desafio existencial de possuir poderes tão distintos dos convencionais.

Sim, ele é, tecnicamente, um conjurador baseado em Inteligência. Isso o coloca em paralelo óbvio com o Mago e com o Artífice (agora, 3 classes que usam Inteligência como atributo de conjuração), que sempre foram uma espécie de intelectuais dentro do universo de D&D. No entanto, a proposta do Psiônico é mais profunda: ele busca provocar uma sensação diferente na mesa. Um tipo de magia mais pessoal, mais existencial, sem componentes verbais ou materiais óbvios, onde a verdadeira batalha ocorre dentro da mente do personagem (e talvez do jogador).

Se você nunca refletiu sobre como gerencia seus próprios recursos mentais em um dia comum, talvez agora, ao jogar com um Psiônico, comece a perceber essa limitação existencial que todos nós temos. Será que estamos realmente preparados para isso?

Dados de Energia Psiônica: O Cansaço da Nossa Própria Existência em Jogo

A mecânica que a Wizards trouxe nessa nova proposta são os Dados de Energia Psiônica, que como eu disse, já existia no Ladino Adaga Espiritual do Caldeirão de Todas as Coisas de Tasha, que não são só um recurso de jogo, mas uma metáfora para nosso cansaço existencial. Cada vez que você usa um desses dados, é impossível não pensar em como nossa própria energia mental é limitada, como nossas decisões consomem algo vital em nós mesmos. Sim, é apenas um jogo, mas será que não estamos sempre jogando, mesmo na vida real?

Esses dados não só alimentam poderes incríveis como Telepatia e Telecinese, mas também ressaltam a tensão constante entre poder e limite, entre o desejo infinito e a realidade finita. E é aí que a proposta do Psiônico realmente se destaca: não na criação de novos poderes por si só, mas na introdução de uma nova camada de significado à mesa. Ao jogar com um Psiônico, você é constantemente lembrado que o recurso mais precioso – sua mente, sua energia interna – é algo que se esgota. Isso é dolorosamente humano, não?

Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico: Tradução e Análise (Artifício RPG), RPG - Mestre Charles Corrêa
Do Limbo à Astral, os povos gith trazem uma herança psiônica única — peça-chave na análise do novo D&D 2025.

Morfista, Psicinético, Telepata e Distorcedor Psíquico: Quatro Visões do Mesmo Dilema Existencial

Ao apresentar suas subclasses, a Wizards parece dizer: “Aqui estão quatro maneiras distintas de enfrentar o mesmo problema básico – a limitação e a complexidade da existência mental humana.” E talvez seja isso que torna o Psiônico tão intrigante.

O Morfista, por exemplo (como dito acima, nossa tradução filosófica e propositalmente provocativa para o termo “Metamorph”), transforma sua própria carne em armas. Não consigo deixar de notar o simbolismo perturbador: é uma metáfora para nossa tendência à auto-sabotagem, nossa habilidade inconsciente de nos ferir mais profundamente do que qualquer inimigo externo jamais poderia?

O Psicinético nos leva a pensar sobre o impacto de nossa mente sobre a realidade física ao nosso redor. Há algo de idealista aqui, mas também um alerta: quanto podemos realmente moldar o mundo antes que ele nos molde?

Já o Telepata traz a melancolia existencial da incomunicabilidade humana. Por mais poder que tenha para penetrar na mente dos outros, você jamais estará completamente seguro de ser compreendido, uma verdade dolorosa e inevitável da vida.

Por fim, o Distorcedor Psíquico, que manipula o espaço e o tempo ao seu redor, talvez expresse nossa eterna sensação de deslocamento, nossa inabilidade de realmente pertencer a qualquer lugar ou momento. Uma reflexão melancólica e poderosa sobre o isolamento inerente à experiência humana.

O Psiônico é Realmente para Todos?

Talvez o maior mérito da proposta do Psiônico seja justamente não ser universal. Não é uma classe fácil ou direta. Ela é complexa, exigente e repleta de subtextos existenciais que nem todos estarão dispostos ou preparados para encarar. E isso, honestamente, é uma virtude rara em tempos de superficialidade crescente.

Ao mesmo tempo, é exatamente essa complexidade que faz do Psiônico algo especial. Não é apenas sobre usar novos dados, poderes psíquicos ou escolher subclasses. É sobre mergulhar numa experiência mental única, desafiadora, desconfortável, mas profundamente reveladora sobre o que significa ser humano, ser limitado e ainda assim buscar ultrapassar essas limitações.

Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico: Tradução e Análise (Artifício RPG), RPG - Mestre Charles Corrêa
Ilustração de Brom para o cenário de Dark Sun, onde a magia devasta e o poder psiônico define os sobreviventes. Base icônica para esta UA.

O Psiônico: Acertos, Erros e o Que Poderia Ser Feito Diferente

Finalmente chegamos à parte mais direta: uma análise honesta sobre os acertos e erros mecânicos do Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico. Vamos encarar friamente o que a Wizards propôs. É hora de colocar as cartas na mesa – os dados também.

Os Grandes Acertos Mecânicos

Dados de Energia Psiônica: Mecânica Elegante e Versátil

Os Dados de Energia Psiônica são um belo exemplo de mecânica elegante. Ao invés da habitual abordagem de recursos fixos por Descanso, a Wizards introduziu uma dinâmica mais fluida e interessante, permitindo que o jogador escolha como e quando gastar seus recursos limitados. É uma decisão estratégica envolvente, que torna o Psiônico significativamente mais flexível que outras classes similares, como o Mago ou Feiticeiro.

O que realmente funciona aqui é a combinação de risco e recompensa. Você usa os dados para habilidades diversas – aumentar dano, executar Ações Bônus ou salvar-se de perigos iminentes. Este elemento de jogo cria uma sensação contínua de decisão crítica, tornando a experiência em mesa altamente dinâmica.

Versatilidade Através das Subclasses

Outro acerto incontestável são as subclasses apresentadas: Morfista, Psicinético, Telepata e Distorcedor Psíquico. Cada uma delas é capaz de construir uma identidade forte e temática, indo além de uma simples variação estética de poderes. Cada subclass é estruturada com habilidades bem definidas, complementares ao núcleo da classe.

Por exemplo, o Telepata traz utilidade social e de exploração ao grupo, enquanto o Psicinético é claramente focado em combate e controle. A diferenciação entre essas opções cria valor real na decisão que o jogador precisa tomar, evitando redundância mecânica e temática.

Integração com Talentos Selvagens

A inclusão de Talentos Selvagens também se apresenta como um grande acerto, permitindo que até personagens não-psiônicos ganhem acesso limitado a habilidades mentais. Isso expande significativamente as opções de customização de personagens, algo que vinha sendo pedido pela comunidade há tempos.

Esses talentos ainda têm o mérito de amarrar organicamente a nova classe ao universo pré-existente de D&D, criando uma conexão sólida entre o Psiônico e o cenário clássico de Dark Sun, enriquecendo assim as possibilidades narrativas.

Os Problemas e Erros Mecânicos Evidentes

Similaridade Excessiva ao Mago

Aqui é preciso ser direto: apesar dos esforços claros em criar algo diferente, o Psiônico ainda parece excessivamente próximo do Mago. Afinal, possuir poder possuir 6 magias, o dado de vida, e compartilhamento de características-chave e forte dependência do atributo Inteligência cria inevitavelmente uma comparação direta que talvez pudesse ter sido evitada.

Se a Wizards realmente quisesse distanciar o Psiônico das classes já existentes, poderia ter ousado mais. Talvez se distanciando ainda mais do sistema tradicional de magia, criando mecânicas realmente únicas de poderes mentais, mais semelhantes às habilidades naturais de criaturas psíquicas existentes no próprio Livro dos Monstros.

Complexidade Excessiva em Algumas Mecânicas

Embora a versatilidade seja um mérito, algumas mecânicas se tornam exageradamente complexas. O uso dos Dados de Energia Psiônica para múltiplas funções pode confundir novos jogadores, especialmente considerando que esses dados também variam em quantidade e tamanho conforme o nível.

A simplificação desse sistema poderia trazer equilíbrio entre a complexidade estratégica e a acessibilidade prática, facilitando a vida não apenas dos jogadores, mas principalmente dos Mestres que precisarão gerenciar essas mecânicas durante o jogo.

Equilíbrio Frágil dos Poderes das Subclasses

Algumas habilidades das subclasses, como a “Teleporte em Massa” do Distorcedor Psíquico, parecem extremamente poderosas em níveis intermediários, enquanto outras habilidades, especialmente as iniciais do Morfista, apresentam baixo impacto em níveis baixos.

O equilíbrio interno entre essas habilidades é delicado e poderia ter sido calibrado com maior atenção. Por exemplo, distribuir melhor o poder das habilidades entre os níveis iniciais e avançados garantiria que cada nível fosse igualmente relevante e satisfatório, evitando a sensação de que o personagem está excessivamente poderoso ou, inversamente, fraco demais em certos estágios do jogo.

Como Eu Faria Diferente?

Distanciar Mais o Psiônico da Conjuração Tradicional

Uma mudança essencial seria criar uma abordagem mais autônoma e distinta da conjuração padrão. Em vez de “magias psíquicas”, eu sugeriria utilizar algo como “poderes psiônicos ou psíquicos”, cada um com usos escaláveis e efeitos específicos que não dependessem diretamente dos espaços de magia tradicionais. O objetivo seria claramente destacar o Psiônico como algo genuinamente único, valorizando suas raízes temáticas mais do que sua similaridade com outras classes que usam o horrível sistema Vanciano de Magias.

Reequilibrar as Subclasses em Níveis Menores

Uma revisão cuidadosa nas habilidades das subclasses seria fundamental. Para o Morfista, por exemplo, as habilidades iniciais poderiam incluir opções que fossem mais claramente úteis em contextos diversos desde o início. Já para o Distorcedor Psíquico, talvez atrasar poderes extremamente fortes como “Teleporte em Massa” para níveis mais altos poderia manter o equilíbrio geral.

Essa mudança tornaria a progressão da classe mais harmoniosa e manteria o interesse constante do jogador, que sentiria uma evolução proporcional ao seu esforço e dedicação ao personagem.

Escola Acadêmicos do Psiônico: Entre o Potencial e a Provocação

O Psiônico desta UA é, sem sombra de dúvida, uma proposta ousada. Há nele centelhas de genialidade mecânica, decisões conceituais interessantes e um desejo claro — ainda que tímido — de oferecer algo diferente ao D&D que conhecemos. Não é perfeito, longe disso. Mas talvez não precise ser. Talvez sua força esteja exatamente naquilo que ainda precisa ser lapidado.

Sim, há exageros. Há momentos em que a inovação tropeça nos próprios pés e se confunde com complexidade desnecessária. Há lacunas de equilíbrio, escolhas mecânicas que poderiam — e deveriam — ter ido além da zona de conforto da Wizards. Mas também há lampejos de algo maior. Há ali, escondido nas entrelinhas do texto e das mecânicas, um chamado a repensar o que significa jogar com a mente, e não apenas com a ficha.

A classe não se entrega de imediato. Ela exige. Cobra. Interpela. Você não joga de Psiônico impunemente. Precisa negociar consigo mesmo. E se a Wizards estiver disposta a ouvir — de verdade — o que a comunidade tem a dizer quando o formulário oficial de feedback abrir em 3 de junho de 2025, ainda há tempo de transformar um bom conceito em uma experiência memorável.

Por aqui, nossa nota filosófica e prática para este desfile mecânico de o carnaval da Unearthed, cheia de esperança crítica, é 8 para a Acadêmicos do Psiônico. Não pelo que é, mas pelo que pode se tornar.

Agora é com você. Sim, você aí que leu, refletiu, discordou ou concordou com cada linha deste ensaio provocativo. Queremos saber o que você achou. O Psiônico te empolgou ou te frustrou? As mecânicas te convenceram? A proposta faz sentido na sua mesa? E, talvez mais importante, você acredita que D&D ainda tem espaço para algo verdadeiramente novo?

Compartilhe sua opinião nos comentários, no grupo, nos fóruns, nas redes — ou grite para o vazio, se for o caso. O importante é que a conversa continue. Porque é nesse diálogo entre jogo, jogador e criador que, às vezes, nasce a verdadeira magia. Ou, quem sabe, a verdadeira mente.

O post Unearthed Arcana 2025 – O Psiônico: Tradução e Análise foi escrito pelo Artifício RPG, especialista em conteúdo de RPG em Português!

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Charles Corrêa
Charles Corrêa

Charles Corrêa, também conhecido pelas alcunhas "Overmix" ou "Nandivh", é um apaixonado por RPG e desenvolvimento web. Residente em Porto Alegre/RS, estuda programação desde 2001 e trabalha na área desde 2010.

No mundo do RPG, iniciou sua jornada como jogador em 2014 e, desde 2018, dedica-se a mestrar campanhas envolventes e desafiadoras, especialmente dentro dos gêneros de horror e dark fantasy.

Com experiência em sistemas como D&D 5e, Pathfinder, Cthulhu Dark, Vaesen e, mais recentemente, Savage Worlds, Charles também nutre uma curiosidade especial por Rastros de Cthulhu.

Conhecido entre seus jogadores como um mestre sádico, ele adora desafiar até mesmo os mais experientes combeiros, criando missões e encontros que exigem estratégia e criatividade. Inicialmente utilizando o Roll20 como plataforma, atualmente conduz suas campanhas no Foundry VTT, sempre buscando formas de melhorar a experiência de seus jogadores, aplicando seus conhecimentos em programação para aprimorar a jogabilidade e imersão.

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