D&D: entenda os atritos entre Elon Musk e Dungeons & Dragons! (Joga o D20)

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Após polêmicas!

A franquia Dungeons & Dragons está no meio de uma grande polêmica. E a polêmica não envolve uma pessoa qualquer: estamos falando de Elon Musk, o homem mais rico do mundo!
Entenda como políticas e divergências são protagonistas nesta confusão!

Elon Musk é um bilionário americano do setor de tecnologia. No momento dessa publicação, Elon é a pessoa mais rica do mundo, possuindo uma fortuna estimada de 256 bilhões de dólares. O empresário é responsável por empresas como a SpaceX, Tesla e, mais recentemente, o Twitter (agora, chamado de X).

Além de ser bilionário, Elon Musk também é um grande ativista contra a cultura woke. Segundo o Wikipedia, esta é a definição de woke.

No final da década de 2010, woke foi adotado como uma gíria mais genérica, amplamente associada a políticas identitárias, causas socialmente liberais, feminismo, ativismo LGBT e questões culturais (com os termos woke culture e woke politics também sendo usados)

Citação da Wikipedia.

Existem outras interpretações deste termo. Uma das interpretações fornecidas pelo dicionário Merriam-Webster, por exemplo, determina woke como um indivíduo politicamente liberal, especialmente de forma insensata ou extremista.

O combate à cultura woke provocou a grande polêmica entre o homem mais rico do mundo e a Wizards of the Coast.

D&D vs Elon Musk. Hein?

Dungeons & Dragons: The Making of Original D&D: 1970-1977 é uma publicação de Dungeons & Dragons, lançada em julho de 2024. O título é uma marca da celebração dos cinquenta anos da franquia D&D, completados neste ano.

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O livro marca

O título retorna aos anais da franquia, em um período antes mesmo do jogo ter sido criado, em 1974. Aqui, você encontrará documentos e artigos da época, que detalham conversas de Gygax e Dave Arneson sobre o jogo que viria a ser o maior RPG do mundo. O livro de 576 páginas também apresenta revistas e artigos da época sobre o primeiro RPG de mesa, bem como comentários de Jon Peterson, um dos principais historiadores que se dedicaram à história da franquia Dungeons & Dragons.

O principal conteúdo do livro, contudo, é a reprodução completa dos rascunhos que serviram de base para a primeira edição do livro. Além destes rascunhos, você também encontrará a primeira edição do jogo em sua plenitude, lhe permitindo, portanto, comparar os primeiros rascunhos com a versão final do jogo.

Por incrível que pareça, a polêmica não se encontra na reprodução das regras.

A polêmica

A polêmica começou quando Mark Kern, ex-funcionário da Blizzard Entertainment e Red 5 Studio, tirou algumas fotos da introdução do livro e publicou-as em seu Twitter, no dia 21 de novembro. Nas fotos, o autor destacou alguns parágrafos da introdução do livro. Abaixo, você encontra as imagens publicadas por Mark, bem como uma tradução do texto destacado por ele.

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Clique na imagem para ver mais detalhes

Alguns textos na primeira interação de D&D apresenta alguns dilemas morais. Os documentos reproduzidos neste livro incluem muitas páginas de gráficos e tabelas, ao lado de listas de monstros, magias e itens mágicos. Mas estes conteúdos do jogo também incluem um catálogo virtual de textos insensíveis e depreciativos, textos esses que podem ser prejudiciais para qualquer um com uma deficiência física ou mental, ou quem for velho, gordo, não atraente segundo os padrões de beleza, indígena, negro ou mulher.

Algumas pessoas atribuíram caridosamente estes textos aos autores, que trabalharam com suposições equivocadas. Nos anos 1970, os históricos wargamers na América eram predominantemente homens brancos de classe média. Não é surpreendente que eles apelidassem soldados como “homens guerreiros”. Mas quando, nas páginas de Greyhawk, a descrição da Rainha dos Dragões Cromáticos inclui um trecho sobre a “Liberdade das Mulheres”, a misoginia é revelada como uma escolha consciente. É um fato infortúnio que mulheres raramente aparecem na edição original de D&D, e quando aparecem, elas são frequentemente apresentadas de forma desrespeitosa. A escravidão aparece na edição original de D&D não como uma tragédia humana que devastou gerações durante séculos, mas apenas como uma simples transação comercial. A apropriação cultural da edição original de D&D varia do confuso (como nomear cada clérigo de 6º nível como lama*¹) ao chocante Gods, Demigods and Heroes (não presente neste livro), que inclui estatísticas de jogo para figuras sagradas reverenciadas por mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo. Era esperado que os jogadores lutassem contra Vishnu, uma das principais divindades hindus, matassem-no, e saqueassem sua “espada +3 matadora de demônios”?

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Segunda página da introdução

Note que “Regras para Campanhas de Fantasia Medieval com wargames” que compõe a edição original de D&D foi criado e vendido para uma comunidade de wargames, majoritariamente homens brancos e de classe média. As regras compiladas aqui oferecem poucas funções para outros jogadores…

Segunda imagem destacada por Mark Kern em seu Twitter.

Ao ver o tweet, Elon Musk respondeu da seguinte forma:

Ninguém, e quero dizer ninguém, pode criticar E. Gary Gygax e os gênios que criaram Dungeons & Dragons.
O que diabos há de errado com a Hasbro e a WotC (Wizards of the Coast)?? Que eles queimem no inferno.

Tweet de Elon Musk

Jogando gasolina na chama

Uma semana após a polêmica, o tema voltou aos holofotes após Jason Tondro, designer sênior e líder de projetos na Wizards of the Coast, decidir responder um comentário em sua página no Facebook. A indagação de um dos seus seguidores o questionava se ele previa respostas similares àquelas ditas por Elon Musk. Esta foi a resposta de Jason.

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A tradução da fala de Jason está disponível abaixo.

Aaron David Lewis no começo do desenvolvimento do livro, o time de marketing me perguntou quais tipos de críticas deveríamos esperar e nos preparar para. E eu e os editores concordamos que o problema viria através de progressistas e pessoas de grupos sem visibilidade, que achariam, de forma justa, o texto de Original Dungeons & Dragons ofensivo.

Eu só escrevi o prefácio no fim do projeto, e eu o fiz para endereçar estas preocupações. Nunca me passou pela cabeça que eu iria provocar a ira dos grognards (apelido difamatório dado aos jogadores que se consideram “old-school”). Olhando para trás, agora isso me parece óbvio, mas mesmo agora, eu não vejo essas críticas de forma séria. Eu considero que estas pessoas não são dignas de serem ouvidas, então eu sequer antecipei suas “fúrias”.

Essa resposta chegou aos olhos de Ian Miles, co-host do Other View Podcast, que replicou a resposta de Jason Tondro em um Tweet. Assim que viu este tweet, Elon Musk respondeu com a seguinte pergunta.

Quanto custa a Hasbro?

Resposta de Elon Musk ao tweet de Ian Miles.

Essa pergunta, por fim, pode parecer inocente, mas foi essa a exata pergunta que Elon Musk fez ao questionar as políticas praticadas pelo antigo Twitter. Após saber o valor de mercado da rede social, Elon Musk comprou-a.

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