Se você é mestre de RPG ou está pensando em se aventurar nesse papel, certamente já se deparou com o desafio de equilibrar a preparação com a improvisação durante as sessões. O livro “Return of the Lazy Dungeon Master“, de Mike Shea, oferece insights valiosos que podem transformar a forma como você conduz suas aventuras. Neste post, vamos explorar 10 dicas práticas que vão, não apenas facilitar sua vida como mestre, mas também enriquecer a experiência de jogo para você e seus jogadores. Prepare-se para descobrir como simplificar sua preparação, improvisar de forma criativa e manter o ritmo certo durante as sessões, tudo enquanto se diverte e conta histórias incríveis.
Mas a final, que é Mike Shea?
Mike Shea é um nome bastante conhecido na comunidade de RPG, especialmente entre os mestres de Dungeons & Dragons. Ele é o autor do aclamado blog “Sly Flourish“, onde compartilha dicas e recursos para facilitar a vida dos mestres e melhorar as experiências de jogo. Shea traz uma perspectiva prática e acessível, enfatizando a importância de se divertir durante as sessões e de não se deixar sobrecarregar pelo peso da preparação excessiva.
No seu livro “Return of the Lazy Dungeon Master“, ele destila anos de experiência em RPG em conselhos valiosos que ajudam mestres a se tornarem mais eficientes e criativos. Sua abordagem se concentra em maximizar a diversão e minimizar o estresse, encorajando os mestres a abraçar a improvisação e a colaboração com os jogadores. Com um estilo descontraído e cheio de humor, Mike Shea se tornou uma voz respeitada e influente no mundo dos jogos de mesa, inspirando tanto novos mestres quanto veteranos a explorar novas maneiras de contar histórias e criar experiências inesquecíveis.
Apresentações feitas, é hora de listar 10 dicas para que você (Mestre) e seus jogadores tirem o máximo proveito de suas sessões de RPG, seja para uma partida one-shot ou para campanhas inteiras.
1. Foque nos personagens dos Jogadores
Vamos começar com uma dica que é um verdadeiro ouro para qualquer mestre de RPG: foque nos personagens dos jogadores. Sabe aquele jogador que criou uma história super complexa para o personagem dele? Ou aquele que colocou um detalhe interessante no background que você quase ignorou? Esses elementos são o combustível perfeito para transformar uma sessão comum em algo memorável.
Por que isso é importante? Bem, os personagens dos jogadores são a alma do jogo. Eles não são apenas números em uma ficha; são as lentes através das quais os jogadores experimentam o mundo que você criou. Quando você coloca o foco neles, tudo no jogo ganha mais significado. A trama não é só sobre derrotar o vilão do momento ou conseguir aquele item mágico raro. É sobre o guerreiro que busca vingança, o mago que tenta entender seus poderes ou o ladino que carrega um passado sombrio.
Imagine só: em vez de criar um NPC aleatório para dar a missão do dia, você pode trazer alguém do passado de um dos personagens. Talvez seja o antigo mentor do mago, que agora está em perigo, ou o irmão do guerreiro, que tem segredos ocultos. Isso cria uma conexão imediata e pessoal para o jogador, que vai se sentir ainda mais envolvido na história.
Além disso, quando você revisa as fichas dos personagens e entende suas motivações, pode criar ganchos narrativos que realmente façam sentido. Sabe aquele jogador que sempre busca tesouros e glória? Que tal colocar uma lenda sobre um artefato perdido que, por acaso, tem uma ligação com a linhagem dele? Ou aquele personagem que tem medo do sobrenatural? Você pode introduzir um vilão que manipula esses medos, criando um desafio psicológico além do físico.
O segredo aqui é: quanto mais você conhecer os personagens dos seus jogadores, mais fácil será criar histórias que eles realmente querem vivenciar. E, acredite, isso faz toda a diferença na mesa de jogo. Quando os jogadores sentem que a história é sobre eles, o engajamento vai lá no alto, e as sessões se tornam inesquecíveis.
Dica prática: Antes de cada sessão, tire alguns minutos para revisar as fichas dos personagens e anotar um ou dois detalhes que você pode usar durante o jogo. Pode ser um relacionamento, um objetivo ou até mesmo uma fraqueza. Esses pequenos toques fazem uma diferença enorme na imersão e na diversão de todos.
2. Crie uma cena inicial forte
Se tem uma coisa que pode definir o ritmo de toda uma sessão de RPG, é a cena inicial. Pense na abertura de um filme ou de uma série que você ama. Geralmente, essas cenas capturam sua atenção instantaneamente, certo? É exatamente isso que você quer fazer no RPG: começar com uma explosão de criatividade que jogue os jogadores direto na ação, na intriga ou no mistério.
Por que uma cena inicial forte é crucial? Simplesmente porque é a primeira impressão que os jogadores vão ter daquela sessão específica. Se você começa com algo morno ou sem direção, pode acabar perdendo o interesse do grupo logo de cara. Mas se você inicia com uma cena poderosa—um ataque surpresa, uma revelação chocante, ou uma escolha moral difícil—os jogadores vão estar no limite de suas cadeiras, prontos para mergulhar na aventura.
Imagine que você está começando uma sessão de um jogo de fantasia medieval. Em vez de começar com os personagens “acordando na taverna”, você os coloca no meio de uma emboscada. Flechas voam por todos os lados, o barulho de espadas ecoa pela floresta, e eles precisam pensar rápido para sobreviver. Agora, compare isso com uma abertura mais comum, onde os personagens apenas recebem uma missão trivial de um NPC qualquer. A diferença no nível de empolgação é gritante.
Outra abordagem é iniciar com uma cena que desafie diretamente os personagens, seja emocionalmente, fisicamente ou moralmente. Talvez eles precisem decidir rapidamente quem salvar de um edifício em chamas ou escolher entre capturar um vilão conhecido ou ajudar um amigo em necessidade. Esse tipo de abertura não só define o tom, mas também coloca os jogadores em uma posição de liderança ativa na história, desde o primeiro minuto.
Dica prática: Antes da sessão, pense em uma cena inicial que não só capture a essência da aventura, mas que também jogue os personagens diretamente em uma situação onde eles precisam tomar decisões imediatas. Pode ser um combate, uma negociação tensa, ou uma fuga desesperada. Qualquer coisa que faça o coração deles bater mais rápido e que os coloque na mentalidade certa para o resto do jogo.
3. Desenvolva segredos e pistas
Uma das ferramentas mais poderosas que um mestre de RPG tem à disposição é o mistério. E nada cria mistério de maneira mais eficaz do que segredos e pistas bem colocados ao longo da sessão. Esses elementos transformam o jogo em uma verdadeira caça ao tesouro, onde cada revelação traz os jogadores para mais perto da verdade, mas também os deixa com ainda mais perguntas.
Por que segredos e pistas são essenciais? Eles adicionam camadas à narrativa, tornando-a mais rica e envolvente. Quando você tem segredos escondidos no mundo do jogo, você cria um ar de intriga que mantém os jogadores atentos a cada detalhe. Pistas, por outro lado, são as migalhas de pão que guiam os jogadores na direção desses segredos, criando uma sensação de progressão e descoberta.
Vamos pensar em um exemplo prático. Digamos que os personagens estão investigando uma série de desaparecimentos misteriosos em uma cidade pequena. Em vez de entregar a solução logo de cara, você espalha pistas ao longo da aventura—um diário encontrado em uma casa abandonada, uma testemunha que menciona um estranho ritual visto na floresta, ou uma marca bizarra encontrada no chão de uma das cenas do crime. Cada uma dessas pistas não só avança a história, mas também aprofunda o mistério, instigando a curiosidade dos jogadores.
Segredos podem ser grandes revelações, como a verdadeira identidade do vilão, ou pequenos detalhes, como a verdadeira natureza de um item mágico. A chave é mantê-los escondidos até o momento certo. Quando você finalmente revela um segredo, o impacto é muito maior, principalmente se os jogadores já estiverem especulando ou tentando juntar as peças.
Mas, para isso funcionar, é importante que as pistas sejam distribuídas de maneira inteligente. Se você entregar tudo de uma vez, o mistério perde força. Se você for muito vago, os jogadores podem se sentir perdidos ou frustrados. A arte está em encontrar o equilíbrio certo—dando informações suficientes para manter o interesse, mas mantendo sempre algo fora de alcance, que só será descoberto mais tarde.
Dica prática: Antes da sessão, anote três ou quatro segredos que você deseja que os jogadores descubram. Em seguida, pense em algumas pistas que possam ser encontradas ao longo do caminho. Tente garantir que cada pista seja descoberta de forma orgânica, seja por meio de investigação, conversas com NPCs ou exploração de locais específicos. Isso mantém a narrativa fluida e os jogadores engajados na busca pela verdade.
4. Descreva locais interessantes
No RPG, o cenário onde a ação acontece pode ser tão importante quanto os personagens ou a trama. Um local bem descrito pode transportar os jogadores para outro mundo, fazer com que sintam o clima, vejam as cores e ouçam os sons ao redor deles. Mas aqui está o segredo: você não precisa de páginas e páginas de descrição para fazer isso. Menos é mais.
Por que locais interessantes fazem a diferença? Porque eles são o palco onde tudo se desenrola. Quando os jogadores conseguem visualizar claramente o ambiente em que estão, eles se sentem mais imersos na história. Um local bem descrito pode definir o tom da aventura, influenciar as decisões dos personagens e até mesmo ditar o ritmo do jogo.
Imagine que seus jogadores acabaram de entrar em uma antiga caverna. Em vez de descrever cada estalactite e estalagmite, foque em alguns detalhes chave que capturam a essência do lugar. Talvez o ar seja denso e úmido, com um leve cheiro de enxofre que queima nas narinas. O som de goteiras ecoa pelas paredes, e em algum lugar mais adiante, um vento estranho sussurra, como se a caverna estivesse respirando. Esses poucos detalhes já são suficientes para que os jogadores comecem a imaginar o resto, preenchendo as lacunas com sua própria imaginação.
Outro ponto importante é que locais interessantes também podem conter elementos interativos que os jogadores podem explorar. Isso pode ser uma estátua antiga com runas desgastadas, um portal de energia pulsante ou até mesmo um simples poço com água turva. Esses detalhes não só tornam o local mais vivo, mas também incentivam os jogadores a interagir com o ambiente, criando oportunidades para novas descobertas ou perigos.
É essencial também adaptar a descrição ao ritmo da sessão. Se a cena é tensa e cheia de ação, suas descrições devem ser rápidas e diretas, refletindo o clima de urgência. Se a cena é mais lenta e exploratória, você pode se dar ao luxo de expandir um pouco mais, permitindo que os jogadores absorvam cada detalhe.
Dica prática: Antes da sessão, escolha dois ou três detalhes únicos para cada local importante que os jogadores vão explorar. Pense em como esses detalhes podem influenciar a atmosfera do jogo e como os jogadores podem interagir com eles. Lembre-se, não é sobre a quantidade de informações, mas sobre como elas são apresentadas para criar uma imagem mental vívida e envolvente.
5. Liste NPCs relevantes
NPCs (Personagens Não Jogadores) são a vida pulsante do mundo de RPG. Eles podem ser aliados valiosos, vilões implacáveis ou simples habitantes que adicionam cor à história. No entanto, para que esses NPCs realmente tenham impacto, é importante que sejam relevantes e bem desenvolvidos. Aqui entra a ideia de listar NPCs importantes antes da sessão.
Por que listar NPCs relevantes? Porque isso ajuda a manter o foco e a coerência na narrativa. Quando você tem uma lista de NPCs prontos para interagir com os personagens dos jogadores, fica muito mais fácil conduzir a história de forma fluida. Esses NPCs não precisam ser detalhados até o último fio de cabelo, mas devem ter características claras e motivações que os tornem memoráveis.
Vamos dizer que seus jogadores estão em uma cidade movimentada, em busca de informações sobre um artefato perdido. Ao invés de inventar NPCs aleatórios na hora, você pode ter uma lista preparada com alguns personagens-chave: o mercador astuto que sabe mais do que aparenta, o velho bibliotecário que guarda segredos antigos, e o capitão da guarda que tem seus próprios interesses em jogo. Cada um desses NPCs já está na sua mente, com nomes, traços de personalidade e uma ideia básica de como eles se relacionam com a história.
Isso não só economiza tempo, mas também garante que cada interação tenha peso e propósito. Os jogadores vão sentir que cada conversa ou negociação é importante e que os NPCs têm suas próprias vidas e agendas. Além disso, ao manter uma lista de NPCs relevantes, você evita o problema de criar personagens sem profundidade, que acabam sendo esquecidos ou ignorados.
Outro ponto interessante é que uma lista de NPCs também te dá flexibilidade para improvisar. Talvez os jogadores decidam seguir um caminho inesperado, e você precisa de um novo personagem rapidamente. Com a sua lista, você pode adaptar um NPC existente ou criar um novo com base em características que já pensou anteriormente.
Dica prática: Antes de cada sessão, faça uma lista rápida de NPCs que podem aparecer. Anote seus nomes, uma ou duas características marcantes, e uma breve descrição de suas motivações ou segredos. Isso te dá material para criar interações ricas e significativas, sem precisar improvisar tudo na hora. Se possível, adicione algumas notas sobre como esses NPCs podem evoluir ao longo da campanha, tornando-os ainda mais integrados à história.
6. Escolha encontros relevantes
Quando falamos de encontros em RPG, não estamos nos referindo apenas a batalhas épicas ou emboscadas mortais—embora esses também tenham seu lugar. Um encontro pode ser qualquer interação ou situação que desafie os jogadores de alguma forma, seja um confronto físico, uma negociação tensa, ou até mesmo uma encruzilhada moral. O segredo está em escolher encontros que realmente importem para a história e para o desenvolvimento dos personagens.
Por que encontros relevantes são essenciais? Porque eles mantêm a narrativa coesa e envolvente. Em vez de jogar um monte de encontros aleatórios na sessão, você pode selecionar aqueles que têm um propósito claro e que contribuem para o avanço da trama ou para o crescimento dos personagens. Isso não só torna o jogo mais interessante, como também evita que ele se arraste com encontros que parecem mais como “enchimento” do que como momentos significativos.
Imagine que seus jogadores estão em uma missão para recuperar um artefato mágico perdido. Em vez de colocá-los em uma série de batalhas sem sentido, você pode planejar encontros que desafiem suas habilidades de diferentes maneiras. Talvez eles encontrem uma seita que adora o artefato e precisam decidir entre negociar, lutar ou enganar para conseguir o que querem. Ou quem sabe, no meio de uma negociação, um traidor surge, forçando-os a lidar com uma traição inesperada. Cada um desses encontros adiciona uma nova camada à história, mantendo o jogo dinâmico e imprevisível.
Outra coisa importante é que os encontros devem ser variados. Não se limite a combates diretos; introduza desafios sociais, dilemas morais e quebra-cabeças que exijam pensamento criativo. Isso mantém os jogadores envolvidos e garante que todos no grupo tenham a chance de brilhar, independentemente das habilidades de seus personagens.
Dica prática: Antes da sessão, pense em três ou quatro encontros que sejam realmente relevantes para a história. Anote como cada encontro se conecta com a trama principal e como ele pode influenciar as decisões dos personagens. Se possível, crie alternativas dentro do encontro—um plano B ou C—caso os jogadores decidam abordar a situação de maneira inesperada. Isso te dá flexibilidade para adaptar o jogo sem perder o ritmo.
7. Prepare desafios personalizados
Nada faz os jogadores se sentirem mais engajados do que desafios que parecem feitos sob medida para seus personagens. Esses desafios podem ser de qualquer tipo—físicos, mentais, emocionais—e devem aproveitar as habilidades, fraquezas e histórias de fundo dos personagens. Quando os desafios são personalizados, os jogadores sentem que suas escolhas e o desenvolvimento de seus personagens realmente importam na história.
Por que desafios personalizados são tão eficazes? Porque eles criam momentos únicos que ressoam profundamente com os jogadores. Quando você desenha um desafio que atinge diretamente as motivações de um personagem ou testa suas fraquezas, você cria uma experiência memorável que pode influenciar todo o curso da campanha. Além disso, desafios personalizados incentivam os jogadores a se envolverem mais com seus personagens, explorando suas histórias e habilidades de maneiras mais profundas.
Imagine que um dos personagens do grupo é um ladrão habilidoso, mas que tem um medo paralisante de falhar e ser capturado. Um desafio personalizado para ele poderia ser um roubo complexo em que ele deve invadir a mansão de um inimigo perigoso. As armadilhas são meticulosamente projetadas, e cada passo em falso pode ser fatal. Para ele, esse não é apenas um teste de suas habilidades técnicas, mas também uma oportunidade de confrontar seus medos e, quem sabe, superá-los.
Outro exemplo: um mago que está em busca de conhecimento proibido pode ser confrontado com um dilema moral onde precisa escolher entre poder imenso e a segurança de seus aliados. Esse tipo de desafio não só testa as habilidades do personagem, mas também sua moralidade e lealdade, tornando a decisão muito mais significativa e impactante para a narrativa.
Dica prática: Antes da sessão, olhe para cada personagem e pense em um desafio que possa ser particularmente significativo para ele. Considere não apenas as habilidades mecânicas, mas também os aspectos emocionais e narrativos do personagem. Prepare um ou dois desafios personalizados que possam surgir ao longo da sessão, dando a cada jogador a chance de brilhar ou de enfrentar algo que os force a crescer. Isso não só enriquece a história, mas também fortalece o vínculo dos jogadores com seus personagens.
8. Improvise de forma inteligente
No RPG, nem tudo sai conforme o planejado. Na verdade, os jogadores têm o dom de transformar uma sessão cuidadosamente preparada em algo completamente diferente. E é aí que entra a improvisação. Mas não estamos falando de inventar coisas aleatoriamente—improvisar de forma inteligente é sobre estar preparado para adaptar a história, os desafios e os personagens com base nas ações dos jogadores, mantendo a coesão da narrativa.
Por que improvisar de forma inteligente é tão importante? Porque o RPG é uma experiência interativa e dinâmica. Mesmo que você tenha planejado cada detalhe, os jogadores vão sempre encontrar maneiras de te surpreender. Quando você é capaz de improvisar bem, você mantém o ritmo do jogo e garante que a história flua, mesmo quando as coisas saem do roteiro. Além disso, uma boa improvisação pode criar momentos inesperados e memoráveis, que nunca teriam acontecido se você tivesse seguido o plano original à risca.
Imagine que seus jogadores decidiram ignorar o vilarejo onde você havia planejado uma série de eventos importantes e, em vez disso, estão obcecados em explorar uma floresta próxima. Ao invés de forçá-los de volta ao seu roteiro original, você pode improvisar e fazer com que a floresta revele novos mistérios ou perigos que acabam levando-os de volta à trama principal. Talvez eles encontrem ruínas esquecidas com pistas que se conectam ao arco principal da história, ou cruzem com NPCs que os direcionem de maneira sutil para onde você deseja que eles vão.
A chave para improvisar de forma inteligente é estar sempre atento aos interesses e decisões dos jogadores. Use esses momentos para expandir a história de maneiras que façam sentido para o grupo e que mantenham o envolvimento de todos. Isso não significa que você precisa abandonar completamente seus planos; em vez disso, pense em como pode adaptar e redirecionar os elementos da sua história para se alinhar com as ações dos jogadores.
Dica prática: Tenha sempre algumas ideias e ganchos prontos para usar quando precisar improvisar. Isso pode ser um NPC misterioso, um encontro inesperado, ou um novo detalhe sobre o mundo que você pode introduzir para manter a narrativa coesa. Se os jogadores tomarem um caminho inesperado, não tenha medo de seguir a deixa deles, mas mantenha a estrutura da sua história em mente para garantir que a improvisação enriqueça, e não dilua, a narrativa.
9. Monitore o tempo de jogo
O tempo é um recurso precioso em qualquer sessão de RPG. Manter um olho no relógio pode ser a diferença entre uma sessão emocionante e bem amarrada e uma que se arrasta ou termina abruptamente. Monitorar o tempo de jogo não significa ser rígido ou acelerar a narrativa artificialmente, mas sim estar ciente de como o tempo está sendo utilizado para garantir que todos os momentos cruciais da sessão sejam bem explorados.
Por que monitorar o tempo de jogo é essencial? Porque uma boa gestão do tempo mantém a sessão fluida e evita que os jogadores percam o interesse. O RPG é, acima de tudo, sobre ritmo e fluxo. Se uma cena de combate se arrasta por horas ou se uma negociação crucial se estende além do necessário, os jogadores podem começar a se distrair ou a perder o entusiasmo. Por outro lado, se uma sessão termina abruptamente antes de um ponto de clímax ou resolução, pode deixar todos com uma sensação de frustração ou de que algo ficou inacabado.
Um bom exemplo disso é uma sessão onde os jogadores estão em uma missão para resgatar um refém. Se você perceber que estão gastando muito tempo em uma fase inicial da missão—talvez discutindo detalhes que não são tão relevantes—pode ser útil dar um empurrão sutil, sugerindo que o tempo é um fator crítico. Isso coloca os jogadores em movimento, criando uma sensação de urgência que mantém o ritmo da narrativa.
Outro aspecto importante é dividir o tempo de jogo de forma justa entre todos os jogadores. Se você perceber que um jogador está dominando a sessão, seja em combate ou em interações sociais, pode ser útil intervir para garantir que todos tenham sua vez de brilhar. Isso ajuda a manter o grupo engajado e garante que ninguém se sinta excluído ou subaproveitado.
Dica prática: Antes de começar a sessão, tenha em mente um plano geral de quanto tempo você quer gastar em cada parte da aventura. Esteja preparado para ajustar esse plano conforme o jogo progride, mas mantenha sempre um olho no relógio. Se perceber que uma cena está se estendendo demais, considere maneiras de acelerar o ritmo ou de concluir a cena de forma satisfatória para que possa avançar para a próxima parte da história. Dessa forma, você garante que a sessão termine em um ponto alto, deixando os jogadores ansiosos para a próxima aventura.
10. Anote tudo
Um dos melhores conselhos para qualquer mestre de RPG é: anote tudo! Isso pode parecer uma tarefa simples, mas a importância de manter registros detalhados do que acontece em cada sessão não pode ser subestimada. As anotações não apenas ajudam você a acompanhar a história, como também tornam mais fácil para os jogadores se conectarem com o mundo que você está construindo.
Por que anotar tudo é tão crucial? Porque a memória é falha e os detalhes são muitas vezes o que tornam a narrativa rica e envolvente. Um personagem que foi introduzido em uma sessão pode ser esquecido se você não registrar seu nome ou suas motivações. Se um jogador faz uma pergunta sobre um evento que ocorreu várias sessões atrás, ter anotações detalhadas significa que você pode responder com precisão, mantendo a continuidade e a imersão.
Além disso, as anotações ajudam você a identificar tendências e padrões na narrativa. Você pode perceber que certos temas ou tipos de encontros estão se repetindo e, com isso, ter a chance de inovar e surpreender os jogadores. Um simples comentário feito em uma sessão pode se transformar em um grande arco de história mais adiante, e ter um registro de tudo pode ajudá-lo a conectar os pontos de maneira criativa.
Dica prática: Crie um sistema de anotações que funcione para você, seja digital ou em papel. Registre nomes de NPCs, locais importantes, eventos cruciais e decisões dos jogadores. Faça anotações sobre o que funcionou bem e o que pode ser melhorado. Se algum jogador tiver uma ideia interessante ou uma contribuição que chamou a sua atenção, anote também! Isso pode servir como um ótimo ponto de partida para futuras sessões. E não se esqueça de compartilhar suas anotações com os jogadores após as sessões—isso pode ajudar a manter todos alinhados e engajados na narrativa.
Deixando a preguiça de lado
E aí, mestres e jogadores de RPG! Se você chegou até aqui, já tem em mãos algumas dicas valiosas para transformar suas sessões em experiências memoráveis. O RPG é uma arte colaborativa, e cada jogador traz algo único para a mesa. Ao adotar estratégias como a preparação inteligente, a improvisação criativa e a personalização de desafios, você não apenas melhora sua narrativa, mas também fortalece os laços com seu grupo.
Lembre-se de que o mais importante é se divertir e contar histórias juntos. Cada sessão é uma nova oportunidade de explorar mundos incríveis, desenvolver personagens memoráveis e criar lembranças que durarão para sempre. Ao aplicar esses ensinamentos do “Return of the Lazy Dungeon Master”, você estará bem equipado para enfrentar qualquer desafio que seus jogadores possam apresentar.
Então, pegue suas anotações, prepare seu material e prepare-se para a próxima aventura! Afinal, o verdadeiro espírito do RPG está na jornada e nas histórias que contamos juntos. Vamos em frente e que as rolagens de dados sejam sempre a seu favor!
O post Da preguiça à maestria: dicas práticas para se tornar um Mestre de RPG habilidoso apareceu primeiro em UniversoRPG.
Share this content:
Programador Web, Jogador de RPG e Jogos Eletrônicos, Mestre nas horas vagas.
Costuma jogar com as classes Paladino, Monge e Feiticeiro de D&D, Dragonborn, Aasimar, Elfo e Meio-Elfo são as Raças favoritas.
Deixe uma resposta