Muito se diz do quão bem Wiseguys se comporta para uma caixa de ferramenta para contos mafiosos. Além de aventuras sobre o crime organizado nos mais variados tipos de cenários. E está certíssimo! No entanto, e o seu cenário base? Ele é realmente bom como um cenário em si, ou está aí apenas para encher páginas? Hoje vamos por a prova o cenário de Wiseguys e descobrir se ele realmente provê material para contos alucinantes da Cosa Nostra em Las Vegas.
Viva Las Vegas!
No geral, o cenário passa um tom de “este lugar era nosso” já que Las Vegas é uma cidade que praticamente foi fundada pela máfia. Mas agora seus cassinos no Strip estão sendo ocupados por corporações enquanto as ruas vem sendo ocupadas por gangues e outros grupos criminosos.
A Las Vegas dos anos 90 de Wiseguys é um caso bem diferente da Las Vegas do mundo real. Imaginem como se fosse uma “linha do tempo paralela” mesmo. Uma em que a máfia, apesar do revés da prisão dos grandes chefões, ainda perdura com seus esquemas nos cassinos da Rua Fremont. Isto enquanto perde o monopólio do crime da cidade, com os cartéis colombianos e mexicanos dominando a venda de narcóticos, a Yakuza e as Tríades chegando com seus investimentos do exterior e Bratva russa agressivamente entrando no mercado de extorsões. Enquanto no mundo real, Las Vegas está nas mãos dos grandes conglomerados corporativos, sendo um parque temático family friendly. A Las Vegas de Wiseguys é uma granada com pino solto; prestes a explodir.
Abaixo estão alguns pontos de conflitos que podem irromper a qualquer momento. De preferência com a intervenção da sua equipe. Trate-os como ganchos de aventuras, tendo em mente que é possível basear uma campanha inteira em um ou mais destes pontos. Além disto, muito do que vem a seguir é baseado na minha interpretação ao ler o livro. Você pode acabar tendo impressões bem diferentes uma vez que Wiseguys estiver em suas mãos, e está tudo bem. Mas, sem mais delongas:
1 – Guerra entre os cartéis
Uma destas proverbiais granadas são os cartéis latino-americanos que distribuem e vendem drogas para Las Vegas. Anteriormente esse ramo era completamente dominado pelo ramo de Las Vegas do Cartel de Cali, cujo líder e representante era Antonio “Papa Bear” Villagomez. Agora a situação está mudando, com o seu monopólio se quebrando conforme os burrerros e sicarios do Cartel de Sinaloa vem chegando no vale, em uma tomada agressiva da região.
Quando duas famílias mafiosas tem um desentendimento, elas tentam resolver sentando-se para discutir e chegar a um acordo em comum. Agora, quando dois cartéis rivais disputam o mesmo território, é certeza que isto terminará em chumbo e sangue nas ruas.
A máfia possui uma regra de não se envolver com tráfico de drogas (embora esta regra seja quebrada com certa frequência) devido ao calor que essa atividade atrai. Sendo assim, a máfia e os cartéis possuem uma relação de tolerância, com um nos cassinos e outro com narcóticos, ou “cada macaco no seu galho”. Mas uma guerra nas ruas certamente seria ruim para os negócios da Cosa Nostra, e esta é uma situação que os mafiosos terão que intervir de alguma forma para não perder lucro com seus esquemas.
2 – Máfia x Yakuza
Sabe-se que a Yakuza vem intensificando investimentos em Las Vegas através de suas corporações controladas, em busca de capitalizar na leva de turistas que a cidade atrai. Os mafiosos odeiam o domínio corporativo da cidade, e muitos dos maiores cassinos do Strip podem acabar virando alvos de assaltos por equipes ousadas de vez em quando.
Agora, digamos que a sua equipe faça um destes assaltos a um cassino, que é controlado por uma corporação ligada a Yakuza. Certamente o oyabun que é dono da maior parte desta corporação não estaria feliz em ver milhões de dólares do seu investimento indo para os bolsos dos mafiosos. O que ele fariam em uma situação como esta?
3 – Problemas com sindicatos
Um dos maiores pilares de sustentação do poder da máfia é o controle de diversos sindicatos. Com isto, é possível extorquir até mesmo grandes corporações que sempre dependerão da força de trabalho de quem realmente faz as coisas acontecerem. Digamos que se a diferença entre negócios como sempre e perder milhões com um greve convocada pelo sindicato, é um pagamento pontual para o don.
Quase todos os sindicatos de Las Vegas estão sob controle da Cosa Nostra, exceto um. O sindicato dos construtores, cujo líder é Jack Duffy, se recusa a dobrar os joelhos para a máfia. Pior ainda, na ausência de seus senhores, Jack criou um sistema de extorsão por conta própria. Ver um sindicato independente enfurece os dons de Las Vegas, ao mesmo tempo que é uma oportunidade para a equipe…
4 – O mais jovem Don
Sean “Don” Richer, é o mais novo chefão mafioso da cidade. Note a ausência de um sobrenome italiano…
Tendo crescido no Caribe sem saber quem seu pai era, ele só se juntou a Cosa Nostra depois de um currículo extenso como gângster em sua terra natal. Ele ascendeu rápido da hierarquia da máfia, porém rápido até demais. Ascendendo ao posto de don após a morte de seu velho (cujas causas da morte não foram muito bem explicadas). Os outros chefes odeiam Sean Richer. Ao ponto de burburinhos de uma conspiração contra ele estar em ação.
“Don” Richer é certamente um gancho de aventura vivo. Com talvez, a sua equipe sendo o pivô desta conspiração contra o novo don. Ou melhor ainda, se a sua equipe trabalhar para ele.
Estes foram somente alguns de muitos dos ganchos de aventuras que Wiseguys oferece. Pode acreditar amigo, há muito mais deles em cada canto! Então o que esperando?
Wiseguys – O Guia Selvagem para o Crime Organizado está em vias de batendo a meta base. Esta é a sua chance de ser um homem-feito. Garanta o seu enquanto os livros estão abertos!
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