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Revivendo O Passado Com GURPS Conan.

Revivendo O Passado Com GURPS Conan.

Revivendo O Passado Com GURPS Conan., RPG - Mestre Charles Corrêa
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Esta semana a sessão de Quartas de One-Shot, que acontece no Espaço Diversão no Mestre do Shopping Mestre Álvaro, em Serra/ES, vai reviver o passado. Vamos começar um mês inteiro dedicado a um dos mais icônicos e clássico sistema de RPG: o Generic Universal Roleplaying System, ou GURPS, como é mais conhecido.

GURPS foi criado por Steve Jackson e lançado pela primeira vez em 1986 pela Steve Jackson Games. A ideia era criar um sistema de RPG que pudesse ser usado para qualquer gênero de história, desde fantasia e ficção científica até horror e aventuras históricas. O objetivo era oferecer um conjunto de regras unificado que pudesse ser aplicado a qualquer tipo de história ou cenário. Ele foi projetado para ser flexível e adaptável a qualquer tipo de jogo. Seu propósito é fornecer um conjunto de regras que permitiria aos jogadores e narradores criar e conduzir aventuras em qualquer tipo de cenário imaginável. Os princípios básicos do GURPS incluem simplicidade, versatilidade e realismo. O sistema utiliza apenas três dados de seis lados (D6) e uma mecânica de jogo baseada em habilidades e características que tornam a criação e a execução de aventuras algo intuitivo e direto.

Desde seu lançamento, GURPS passou por várias edições e atualizações. A quarta edição, lançada em 2004, é a versão mais recente e consolidou muitas das regras e mecânicas introduzidas nas edições anteriores. GURPS continuou a crescer e evoluir, com a adição de inúmeros suplementos que expandem suas capacidades e possibilidades. Aliás, na minha opinião, os suplementos são o ponto alto do sistema. A pesquisa por trás de cada um deles é incrível, permitindo até mesmo usá-los como fonte para outros RPGs.

Comecei a jogar e narrar GURPS no início dos anos 90, quando ganhei de presente do meu irmão Frederico o livro que havia acabado de chegar ao Brasil pela Devir. GURPS foi um sistema muito jogado e criticado por parte da comunidade de RPG brasileira (que só conhecia D&D), mas ultimamente, devido à quantidade e variedade de sistemas de jogo, tem sido deixado de lado. Por isso, minha vontade de dedicar um mês somente narrando GURPS, para que os jogadores atuais possam conhecer o sistema. Alguns deles nasceram depois do lançamento do primeiro livro no Brasil e nunca jogaram GURPS. As Quartas de One-Shot deste mês serão dedicadas a ele, e começarei pelo primeiro suplemento de GURPS que conheci: GURPS Conan.

Quando se trata de aventuras épicas e bárbaras, nenhuma combinação é tão fascinante quanto GURPS Conan. Ele foi lançado nos EUA em 1986 e chegou ao Brasil traduzido pela Devir em 1997, pelas mãos do saudoso Douglas Quinta Reis. GURPS Conan foi um dos primeiros produtos de uma propriedade licenciada produzida pela SJG.  O livro de regras principal foi escrito por Curtis M. Scott, com capa de Kirk Reinert e ilustrações de Butch Burcham , e publicado como um livro de 128 páginas. Além do livro básico também foram lançados:

GURPS Conan the Wyrmslayer (1989, uma aventura solo, baseada na história The Lair of the Ice Worm )

GURPS Conan: Beyond Thunder River (1988, uma aventura solo, baseada na história Beyond the Black River )

GURPS Conan (1989, o cenário do suplemento para GURPS)

GURPS Conan e a Rainha da Costa Negra (1989, uma aventura solo, baseada na história Rainha da Costa Negra )

GURPS Conan: Moon of Blood (1989, uma aventura solo, baseada na história de mesmo nome )

Foi o primeiro RPG que narrei depois de muitos anos jogando e narrando D&D, AD&D e Aventuras Fantásticas. Consegui uma edição em inglês por volta de 1991. Nessa época eu trabalhava narrando e organizando um clube de RPG nos fundos da Livraria Capixaba que existia na Praia do Canto, em Vitória/ES. Era o famoso Beholder RPG Club. O dono da livraria sempre me dava livros para narrar para os frequentadores da livraria e assim consegui meu livro. infelizmente a facilidade de registrar em fotos de hoje em dia não era tão comum na época e perdemos muita memória visual dele, que nem existe mais, indo embora junto com a livraria que no final dos anos 2000 foi vendida para no local surgir um prédio de apartamentos.

GURPS Conan foi um impacto que mudou minha maneira de ver, jogar, narrar e pensar RPG. Uma espada acertando seu personagem era agora diferente de quando jogava com um guerreiro em D&D. As consequências pareciam bem reais para mim. E as aventuras passaram a ficar mais tensas e criar um clima bem mais de aventura. O fato de ser novidade tudo aquilo empolgava todos os grupos para os quais eu narrava uma aventura de GURPS Conan.

Para entender o fascínio que exercia GURPS Conan nos jogadores da época temos que entender a Era Hiboriana e o personagem Conan, famoso pelos livros do seu criador, Robert E. Howard, e das revistas em quadrinhos publicadas no Brasil pela Editora Abril, das quais eu era colecionardor, e logo em seguida pelo sucesso do filme “Conan, o Bárbaro”, com Arnaldo Schwarzenegger, filme que o alçou ao estrelato em Hollywood.

A Era Hiboriana, criada por Howard, é um período fictício que se passa após a queda da Atlântida e antes do surgimento das antigas civilizações conhecidas (egípcia, grega, etc). Este período é rico em mistérios, perigos e heróis lendários, sendo o mais notável deles Conan, o Bárbaro. Através de GURPS Conan, os jogadores podem mergulhar neste mundo brutal e primitivo, cheio de magia e batalhas épicas. Para reviver o universo de Conan, é essencial capturar a essência dos personagens da Era Hiboriana. Isso inclui atributos físicos elevados, habilidades de combate refinadas e um toque de habilidades de sobrevivência. Por exemplo, Conan é tipicamente retratado com força e resistência excepcionais, refletidos em altos valores de ST (Strength) e HT (Health).

A magia na Era Hiboriana é perigosa e misteriosa. Em GURPS, isso pode ser representado através de sistemas de magia sombria, como aqueles descritos em GURPS Magic. Feiticeiros e magos na Era Hiboriana tendem a usar rituais longos e complicados, muitas vezes envolvendo sacrifícios e antigos tomos de conhecimento proibido.

Os cenários em GURPS Conan variam de vastas florestas e desertos mortais a ruínas antigas cheias de perigos. Uma campanha típica pode levar os jogadores através das selvas da Amazônia Hiboriana, enfrentando tribos hostis e criaturas lendárias. Embora muitas aventuras ocorram nas terras selvagens, as cidades da Era Hiboriana também são locais de intriga e perigo. Cidades como Zamora e suas misteriosas torres de ladrões oferecem inúmeros ganchos para aventuras baseadas em furtividade e política.

Para capturar a essência das histórias de Conan, é crucial criar uma atmosfera de constante perigo e aventura. Descrições vívidas e detalhadas de cenários, combinadas com uma trilha sonora adequada, podem transportar os jogadores diretamente para o coração da Era Hiboriana. Os desafios enfrentados pelos jogadores são variados e intensos. Desde combates brutais contra guerreiros adversários até enigmas antigos em ruínas esquecidas, a diversidade de desafios mantém o jogo emocionante e fiel ao espírito das histórias de Conan.

Irei narrar uma aventura adaptada e baseada no famoso conto ” A Cidadela dos Condenados”, também sucesso nos quadrinhos roterizada pelo incrível Roy Thomas e desenhada por fantástico Barry Windsor-Smith. Essa história e sem dúvida uma das minhas favoritas de todos os tempos. Espero que os jogadores gostem. Depois eu conto mais por aqui. Espero que tenham gostado do artigo, se quiserem fazer comentários e dar mais ideias podem fazer abaixo. Aproveito para pedir que me sigam nas redes sociais.

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