Os Embaixadores: Resenha

Os Embaixadores: Resenha

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Sou um grande fã de Mark Millar e seu trabalho tanto nas HQs quanto na Netflix onde vem desenvolvendo algumas séries baseadas em suas obras. Ele é um renomado roteirista escocês conhecido por sua habilidade em criar histórias inovadoras e impactantes no universo dos quadrinhos. Millar já trabalhou para grandes editoras como a Marvel e a DC Comics, antes de fundar seu próprio selo, o Millarworld, em 2004, o qual ele vendeu para a Netflix.

O Millarworld é o selo criado por Mark Millar para publicar suas próprias histórias. Esse empreendimento permitiu-lhe maior liberdade criativa e controle sobre seu trabalho. As séries publicadas sob o selo Millarworld rapidamente se tornaram populares e influentes, muitas delas sendo adaptadas para o cinema e a televisão. Entre os títulos mais conhecidos do Millarworld estão:

Jupiter’s Legacy: Uma saga épica que explora a dinâmica familiar entre super-heróis de diferentes gerações. Foi adaptada para uma série na Netflix.

Kick-Ass: Uma série que segue a vida de um adolescente comum que decide se tornar um super-herói, apesar de não ter poderes. Foi adaptada para dois filmes de sucesso.

O Procurado: Uma história sobre um jovem que descobre que seu pai era um dos maiores assassinos do mundo e decide seguir seus passos. Esta série também foi adaptada para um filme estrelado por Angelina Jolie.

Kingsman: Inicialmente lançada como “The Secret Service”, a história foca em uma organização secreta de espionagem. A série inspirou uma franquia de filmes de sucesso.

Millar ganhou destaque ao escrever títulos icônicos como “The Authority” (um dos seus trabalhos preferidos por mim), “Supremos” (para a Marvel), este último sendo uma reinterpretação dos Vingadores que influenciou significativamente o universo cinematográfico da Marvel e foi usado como inspiração para o filme do grupo de heróis, e “Civil War” que também foi adaptado para a telona pela Marvel. Outros trabalhos notáveis incluem “Superman: A Foice e o Martelo”, uma aclamada história alternativa do Homem de Aço para a DC Comics, que virou animação na HBO Max, e “Old Man Logan”, uma distópica e inovadora visão do futuro do Wolverine que também virou filme. Mais recentemente “O Eleito”, baseado em sua HQ “American Jesus”, virou série na Netflix, onde Millar tem dedicado atualmente parte do seu tempo para adaptar algumas de suas HQs.

Em “Os Embaixadores”, publicado pela Panini, Mark Millar mais uma vez inova e cria uma história de super-heróis no estilo blockbuster, podendo ser facilmente adaptada para o cinema ou canais de streaming. A história gira em torno da Dra. Choon-He Chung, uma cientista sul-coreana brilhante e filantropa, que desenvolve uma tecnologia revolucionária capaz de conceder superpoderes a seres humanos comuns. Em vez de usar essa tecnologia para ganho pessoal ela decide escolher seis pessoas de diferentes partes do mundo para se tornarem “embaixadores” da humanidade e formarem uma equipe internacional de ajuda global. Cada um deles recebe seu codenome de herói baseado no país de origem.

Os escolhidos são, a próxima Dra. Chung (Coréia), Binnu Bathia (Índia), Yasmine Gauvin (França) e seu filho Jean-Luc (Paris), Zi (Brasil), Bob Taylor (Austrália) e Chico Blanco (México). Eles podem acessar até três poderes por vez de um banco de dados comunitário com mais de 50 poderes, sendo que se o poder estiver sendo usado por um deles, não pode ser usado por outro.

Cada um dos seis indivíduos escolhidos pela Dra. Chung é selecionado com base em suas histórias pessoais e em seu potencial para fazer o bem. Ao longo da série, acompanhamos suas jornadas pessoais e os desafios que enfrentam ao tentar usar seus novos poderes para melhorar o mundo. Em contrapartida os grandes vilões da história são bilionários das grandes indústrias de tecnologia e comunicação, que não ficam satisfeitos em saber que suas fortunas não poderão comprar os superpoderes que desejam para si.

Entre os indivíduos escolhidos pela Dra. Chung temos uma brasileira, saída direto das comunidades cariocas e que combate a mílicia local. Achei interessante a pesquisa que fizeram para contar a história da personagem porque o desenho do uniforme da PM, seus veículos, os bandidos cariocas com suas armas na cintura, ficaram bem representados, sem parecer aquela coisa de americano que acha que somos mexicanos.

A série é visualmente impressionante, graças à colaboração de vários artistas talentosos. Cada edição apresenta um estilo artístico distinto que complementa a narrativa e enriquece a experiência de leitura. A arte é vibrante, detalhada e muitas vezes cinematográfica, capturando perfeitamente a essência e a emoção da história.

“Os Embaixadores” é uma leitura obrigatória para fãs de quadrinhos e para aqueles que apreciam histórias de super-heróis que vão além do convencional. É uma série que não só entretém, mas também provoca reflexão sobre como seria se realmente existem superpoderes em um mundo capitalista dominado por bilionários que com certeza iriam querer esses poderes somente para eles e não para fazer o bem.

A edição brasileira é um compilado das seis edições originais que formam o Volume 1 de “Os Embaixadores”, sendo uma história completa. O fato de ser Volume 1 indica que teremos mais edições, como acontece atualmente com “A Ordem Mágica”, que já teve 3 volumes publicados no Brasil e no exterior está em seu 4º volume. “Os Embaixadores: Volume 1” tem 184 páginas, capa dura, com vários extras, e tem preço sugerido de R$76,40.

Os Embaixadores: Resenha - RPG - Role Playing Game

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