“Building Better Worlds” é o novo livro de referência para Alien RPG, da Free League, que se concentra na exploração e colonização do universo, bem conhecido pelos fãs como um lugar mortal por diversos motivos. Ele é o segundo livro de referência da franquia, com o primeiro sendo Colonial Marines Operation Manual, publicado em 2021. Escrito por Andrew E.C. Gaska, Dave Semark e Tomas Härenstam o livro oferece histórico, detalhes do cenário, opções de novos personagens, novas naves e equipamentos. A segunda metade traz uma campanha que explora os temas abordados no livro.
O livro é um módulo sobre como explorar a fronteira em expansão do espaço, procurar novos mundos para habitar e o desafio de terraformar novos ambientes até que eles se tornar um meio sobrevivente. Ele destaca a complexa rede de interesses governamentais, a ganância corporativa e os operadores semi-independentes que compõem os assentamentos nas novas colônias. Os efeitos da Guerra da Fronteira ainda se espalham pela área, mas a tensão entre as facções não precisa de uma guerra total para se transformar em violência. A fronteira está repleta de acordos conflitantes, bandos de bandidos desesperados e interesses corporativos engajados em projetos obscuros na vastidão do espaço. E isso antes mesmo de considerar os alienígenas que espreitam nas sombras e que em algum momento irão aparecer na aventura.
Este suplemento, como os anteriores, destaca-se pelo seu design visual impressionante. As páginas escuras e sombrias, cheias de ilustrações que parecem surgir da escuridão, reforçam o clima de constante tensão e perigo. A estética, aliás, continua a ser um dos pontos fortes da Free League, com Building Better Worlds mantendo o padrão elevado dos livros anteriores. Cada ilustração, cada detalhe de layout, contribui para a imersão em um universo onde o terror é palpável e sempre iminente.
No que diz respeito ao conteúdo jogável, Building Better Worlds introduz novas carreiras e equipamentos que se alinham perfeitamente com o tema de exploração. As novas carreiras incluem o Entertainer, que abrange qualquer personagem ligado à indústria de serviços, e o Wildcatter, uma mistura de explorador, mecânico e pioneiro. Esta última carreira é especialmente interessante para jogos que exploram a fronteira desconhecida, onde personagens precisam ser autossuficientes e versáteis, prontos para enfrentar desafios inesperados. Esses personagens são menos voltados para o combate direto e mais para a sobrevivência e a manutenção de colônias em ambientes inóspitos.
O suplemento também adiciona novas armas e naves, que, diferentemente do material bélico tradicional, são focadas na exploração e na logística. Isso faz sentido dentro do contexto de Alien, onde a sobrevivência muitas vezes depende mais da engenhosidade e da preparação do que da força bruta. As naves e equipamentos introduzidos refletem essa necessidade de adaptação e resiliência em um universo onde os recursos são escassos e os perigos, abundantes.
No entanto, o verdadeiro destaque de Building Better Worlds é a campanha The Lost Worlds. Esta campanha sandbox oferece uma liberdade sem precedentes para os jogadores explorarem novos mundos e mistérios. A narrativa gira em torno de colônias desaparecidas e o que pode ter acontecido com elas, uma premissa que se encaixa perfeitamente na atmosfera de tensão e desespero que define o universo Alien. A campanha é estruturada de maneira que os jogadores podem abordar as missões na ordem que preferirem, permitindo uma personalização e uma agência maior nas decisões de jogo. Além disso, a campanha se distingue pela sua natureza sandbox, oferecendo um equilíbrio entre uma narrativa guiada e a liberdade de exploração, algo que pode atrair tanto mestres que preferem preparar detalhadamente suas aventuras quanto aqueles que preferem improvisar com base nas ações dos jogadores.
As ameaças introduzidas nesta campanha são igualmente notáveis. Building Better Worlds expande o bestiário do Alien RPG com a inclusão de criaturas do filme Prometheus, como o Hammerpede e seres humanos mutados pelo “black goo”. Essas criaturas trazem novos desafios aos jogadores, que devem lidar com horrores que transcendem os tradicionais xenomorfos. Além disso, o suplemento introduz a Empress Alien, uma criatura psíquica de proporções titânicas, e o Biomorph, um Alien aquático que brilha no escuro, adicionando uma camada extra de perigo e novidade para os jogadores.
Outro aspecto importante do suplemento é a seção dedicada à criação de mundos. Building Better Worlds oferece tabelas detalhadas para a geração de sistemas solares, planetas e até mesmo a política dos mundos colonizados. Isso não só aumenta as possibilidades de personalização do jogo, mas também incentiva os mestres a criarem suas próprias aventuras dentro do universo Alien, explorando temas e cenários únicos que podem ir além do material dos filmes e outros produtos da franquia.
Apesar de todas as suas qualidades, Building Better Worlds não é isento de críticas. Alguns jogadores podem achar que o foco em exploração e colonização, em vez de combate direto, não seja tão atrativo. Além disso, embora a campanha The Lost Worlds ofereça uma boa quantidade de conteúdo, alguns podem sentir falta de uma narrativa mais densa e linear, preferindo aventuras mais direcionadas e menos abertas.
Building Better Worlds é uma expansão que solidifica o Alien RPG como um dos melhores jogos de terror e sobrevivência no mercado de RPGs de mesa. Ele oferece novas opções e desafios para aqueles que desejam explorar os limites do universo Alien, sempre com o medo palpável de que, no escuro, algo horrível está à espreita. Para mestres e jogadores que desejam aprofundar-se na construção de mundos e na sobrevivência em ambientes alienígenas, este suplemento é uma adição indispensável à sua coleção.
Espero que tenham gostado do artigo. Se quiserem comentar ou sugerir ideias para futuros textos, fiquem à vontade para escrever abaixo. Aproveito para pedir que me sigam nas redes sociais.
Facebook: https://www.facebook.com/velhinhodorpg
Instagram: https://www.instagram.com/velhinhodorpg
Share this content:
Deixe uma resposta