História do D&D 5e em Português no Brasil (Artifício RPG)

História do D&D 5e em Português no Brasil (Artifício RPG)

História do D&D 5e em Português no Brasil (Artifício RPG), RPG - Mestre Charles Corrêa
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Artifício RPG. lançou um novo conteúdo!

Primeiro, houve o estalo de esperança: novembro de 2015, quando Redbox, Meeple BR e Fire on Board anunciaram uma aliança para trazer Dungeons & Dragons 5ª Edição ao português. Em vez de dragões e masmorras, porém, surgiram e-mails truncados, cláusulas escondidas e, em março de 2017, o golpe final — a GF9 suspendeu tudo e o episódio ficou conhecido como #DnD-gate BR. Resultado: o país que inventou o jeitinho teve de inventar também o “jeitinho de traduzir RPG”, e a tocha passou das editoras para as mesas de bar e fóruns online.

Dois anos depois, foi a vez dos fãs virarem o jogo. Sob licença #180618-000578, o coletivo Aventureiros dos Reinos lançou o DRS 5.1, gratuito, aberto e, sobretudo, padronizado. Bastou esse glossário popular para servir de inspiração à Galápagos Jogos, em 2019, que já estava com negociações em paralelo, publicasse o Livro do Jogador e um catálogo que atravessou Forgotten Realms, Ravenloft e Eberron. Mas a lua de mel durou pouco: em 2022 a Wizards dispensou a Galápagos, passou a publicar diretamente — e encerrou tudo em 2024, deixando o mercado órfão mais uma vez.

Agora, em 2025, a roda gira de novo. Com o SRD 5.2 liberado em Creative Commons BY-4.0, o Artifício RPG anunciou a primeira tradução livre, integral e juridicamente blindada do novo texto. Velhos conhecidos — Rafael Castelo Branco, Daniel Bartolomei, Ricardo Costa, Paulo “Faren” Lima — reassumem a pena para entregar um PDF e uma versão HTML previstos para junho. Desta vez, não há contratos secretos nem taxa de licenciamento: qualquer criador poderá citar, remixar e vender conteúdo, desde que credite a Wizards e o Artifício. É o capítulo final de uma década de reviravoltas: do fiasco corporativo ao triunfo comunitário, com direito a glossário afinado e muita cafeína.

“D&D-gate BR”: crônica de uma façanha que virou fiasco (2015-2017)

8 de novembro de 2015. Você, leitor, talvez estivesse em algum evento jogando Kingdom Death ou simplesmente ignorando o mundo numa tarde de domingo; na Redbox Editora (mais tarde Buró Games), porém, marcava-se em ata – e em post público – a data em que três companhias nacionais juraram amor e lealdade diante do dragão dourado chamado Dungeons & Dragons 5ª Edição. Redbox, Meeple BR e Fire on Board; numa tacada de press release, formava-se a joint-venture FMR – Fire-Meeple-Red – para negociar a licença oficial de D&D em português. A “lenda” circulou primeiro em mesas de bar, depois em fóruns, até se consolidar na boca do povo: vai finalmente acontecer

2015 Abaixo-Assinado no Change.org

Em 9 de outubro de 2015, Ingo Kien abre um abaixo-assinado no site “change.org”, afirmando: 

“Com a 5ª Edição, a Wizards of the Coast encerrou todas as parcerias com editoras locais e interrompeu todas as edições em língua estrangeira do jogo. Isso pode não se refletir nos números de vendas, mas D&D precisa de uma localização adequada. A maioria dos jogadores dedicados ainda pode comprar os livros de regras em inglês, mas sempre há jogadores, especialmente os mais jovens, que precisam de uma tradução. Outros RPGs são traduzidos, todas as edições anteriores de D&D foram, por que não esta? Se conseguirmos apoio aqui, talvez possamos mudar a opinião de alguém na Wizards of the Coast.

Traduzam os livros de regras da 5ª Edição!”

Ele teve o apoio de 2.300, que encerrou logo em seguida do anúncio das promessas de traduções.

O ano das promessas (2016)

História do D&D 5e em Português no Brasil (Artifício RPG), RPG - Mestre Charles Corrêa
Fonte: https://nemenomicon.wordpress.com/2017/03/22/sobre-o-dd-5a-edicao-no-brasil/

Se D&D é sinônimo de jornada do herói, 2016 foi o Ato I: a travessia do portal. FMR passou do PowerPoint à carne viva:

  • Janeiro–Setembro – troca de  e-mails com a Hasbro, envio de planilhas de engenharia de custos e escolha de tradutores de confiança (Gabriel Brum, Nino Simas, Elisa Guimarães)¹
  • Outubro – confirmação informal da Gale Force Nine (GF9) em Essen: “vocês serão a editora do D&D no Brasil, corram com a produção”¹
  • 5 de novembro – reunião maratona em Niterói, definindo quem pagava o quê, como e quando; a Redbox ficaria com edição e arte; Meeple BR com logística e varejo; Fire on Board com a frente internacional. A tradução do Player’s Handbook começou na segunda-feira seguinte¹

Tudo pronto, faltava o ritual supremo: o contrato assinado em Seattle. Diz a lenda que em janeiro “chega”, em fevereiro “adiaram de novo”, mas ninguém ainda via tinta secar no papel ¹. A luz amarela virou laranja.

Pancada crítica: fevereiro de 2017

No RPG, backstab dói mais quando quem bate tem vantagem. Em fevereiro de 2017, o grupo descobre, via e-mail “pseudojurídico”, que a Fire on Board desistia da FMR. Horas depois — plot twist — a GF9 comunica: “A Fire on Board assinou exclusividade para o português. Desculpem, não sabíamos dessa história. Passar bem.”¹,²

O #dndgateBR nasce ali, num CTRL+C/CTRL+V de prints, recibos e áudios publicados por Antonio Pop (Redbox) e Fabiano Neme (autor do post-confissão “vou contar essa história de trás pra frente, estilo Irreversível”². A carta aberta da Redbox expõe planilhas, selos provisórios, pagamentos de tradutores e até a logo da FMR ³. Meeple BR solta nota confirmando “cada linha” das acusações, acusa FoB de “má-fé” e promete medidas judiciais ¹. A Fire on Board devolve em post longo, nega qualquer contrato de joint-venture (“não houve acordo; só conversas”), confirma ter pago uma tradução já pronta – mas nunca recebida – e garante transparência total com a GF9¹.

Enquanto isso, portais de notícia mainstream descobrem que RPG também rende clique: o UOL Start fala em “disputa judicial” no mesmo dia em que a GF9 anuncia “localização em hiato até que a situação seja investigada” ¹,⁵.

24–25 de março de 2017: suspensão oficial

John-Paul Brisigotti, CEO do Battlefront Group (controlador da GF9), assina o comunicado: “Estamos falando com todas as partes no Brasil; os lançamentos ficam em espera”¹. No dia 25, a GF9 congela o cronograma global de D&D em português. A Wizards, por tabela, segura a espada no ar. No vocabulário corporativo, on hold soa suave; para a comunidade foi sentença de time stop.

Pós-batalha: estilhaços e versões

  • FMR – enterra o joint-venture; Redbox publica que “Não atrapalharemos nosso mercado” mas guarda “pilhas e pilhas de provas” para eventual tribunal ¹.
  • Fire on Board – vira “editora oficial” na página da Wizards por poucos dias. Depois some do radar de produtos de D&D.
  • GF9 – perde um mercado inteiro por tempo indeterminado, enquanto seguia traduzindo para francês, alemão, italiano, espanhol, japonês e polonês ⁶.
  • Fãs – cunham meme “D&D 5e em português é lenda urbana”.

Osteologia da crise — onde o dragão quebrou os ossos

  1. Governança mal definida
    A FMR existia em emails e word docs; jamais registrou CNPJ ou acordo social. Sem pessoa jurídica única, qualquer assinatura individual viraria rota de fuga.
  1. Assíntota de confiança
    A Fire on Board dizia “falta confiança nas parceiras”; Redbox retrucava “faltou confiança na Fire” — e, como toda receita de desconfiança, não havia ingredientes de conciliação.
  1. Time-to-market tóxico
    Entre o “ok” verbal de Essen (outubro/2016) e a prometida assinatura (fevereiro/2017), o mercado internacional de D&D acelerou. França, Espanha e Itália já vendiam livros traduzidos; o Brasil continuava no “quase”.
  1. Falta de mediador neutro
    A GF9 não impôs cronograma ou checkpoints formais de due diligence entre as editoras. Deixou que “o trio se acerte”, o que virou “cada um por si”.
  1. Comunicação pública reativa
    Todo o drama emergiu em posts de Facebook e blogs pessoais. A primeira nota oficial da GF9 veio depois do escândalo já viral.

Linha do tempo (marcos chave)

DataEventoFonte
08 nov 2015Redbox anuncia pré-acordo da joint-venture FMR¹
Out 2016Reunião em Essen confirma “editora do D&D no Brasil”¹
05 nov 2016Reunião de Niterói define divisão de tarefas, tradução do PHB inicia¹
Fev 2017FoB se retira; dias depois GF9 confirma exclusividade com FoB¹, ²
21 mar 2017Anúncio público da WotC/GF9 de D&D 5e em PT-BR via FoB
22 mar 2017Post-confissão de Fabiano Neme (“Sobre o D&D 5e no Brasil”)²
23 mar 2017Redbox publica carta aberta, lança #dndgateBR³
24 mar 2017GF9 coloca localização em hiato¹
25 mar 2017Suspensão formal das traduções em PT-BR¹

Quem perdeu o quê?

Jogadores perderam dois anos de acesso oficial – tempo suficiente para importar livros em espanhol ou migrar a módulos em inglês.

Editoras perderam capital reputacional: a Redbox, antes vista como “editora OSR do povo”, virou sinônimo de briga jurídica; a Fire on Board, que prometia “um projeto maravilhoso”, passou a ser lembrada como “a vilã que assinou na surdina”.

A Wizards perdeu timing: quando finalmente licencia D&D para outra casa (Galápagos, 2018), já havia traduções de fãs gratuitas circulando.

O que ficou das cinzas

A ferida de 2017 sedimentou três tendências que ainda pautam o mercado brasileiro de RPG:

  1. Cultura do “faça você mesmo”
    Se o original não vem, a comunidade traduz. A semente que germinaria nos “Aventureiros dos Reinos” em 2018 parte desse trauma.
  1. Alerta vermelho em parcerias
    Nenhuma editora média tenta hoje licenciar sozinha sem contrato fechado antes do anúncio. A saga FMR virou case em palestras de negócios no Diversão Offline.
  1. Desconfiança estrutural na Wizards
    Fãs brasileiros passaram a ver a empresa como “deusa distante” que delega e desdelega sem aviso. Isso ecoa, anos depois, quando a Wizards suspende linha em português em 2024.

Quase podemos ouvir o narrador ranzinza de Arnaldo Jabor encerrando esta ópera-bufa: “um país que não consegue traduzir a maior marca de RPG do mundo é o mesmo país que sonha com um dragão mas tropeça no dado antes do primeiro turno”

Sem epílogos redentores por hora; a aventura continua no próximo capítulo, quando a comunidade resolve tomar as rédeas e, sem contrato milionário, traduz o SRD 5.1 com o selo dos Aventureiros dos Reinos.

“Se a montanha não vem a Mordenkainen…”: o SRD 5.1 em português e a revolução silenciosa dos Aventureiros dos Reinos (2017-2019)

“Quando o selo oficial falha, a tocha passa ao fandom. E o fandom, meus caros, nunca dorme.”

1 | O estopim: setembro de 2017

Dois meses depois da implosão FMR/GF9 narrada no capítulo anterior, outro grupo decidiu tentar um caminho inverso: em vez de licenciar o Player’s Handbook, pediriam à Wizards of the Coast (WotC) o mínimo vital — as Basic Rules, conjunto de 180 páginas gratuitas em inglês.

Pedido negado. Motivo: a Wizards “reavaliava” o português depois do escândalo FMR. A recusa, porém, abriu uma fresta jurídica: se as Basic Rules estavam fora de alcance, o SRD 5.1 (System Reference Document) permanecia coberto pela OGL 1.0a — e, portanto, “traduzível” desde que não se reivindicasse compatibilidade comercial com D&D.

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Foi aí que nasceu o projeto Aventureiros dos Reinos (AR): três fãs veteranos — Augusto “Ballalai”, Daniel Bart e Ricardo Costa — que já pesquisavam Forgotten Realms desde 2005 no blog UDG. Em setembro de 2017 eles protocolam na Wizards um pedido formal para verter o SRD 5.1 ao português, mantendo todas as cláusulas da OGL e respeitando a recém-criada Fan Content Policy (FCP) de 2017, citada perante suas armadilhas no nosso Guia de Direitos Autorais de RPG.

Linha do tempo inicial

  • Set 2017 – Pedido de licença para Basic Rules (negado).
  • Out 2017 – Protocolo de licença para o SRD 5.1.
  • Nov 2017 – Mai 2018 – Oito meses de trocas de e-mail, ajustes de formulário, adendos exigidos pelo departamento jurídico da Hasbro.
  • 18 jun 2018 – Chega a carta-resposta: “Request approved. Portuguese SRD 5.1 translation authorization #180618-000578.”

(A numeração — “180618” — crava a data no próprio código de autorização.)

2 | Junho de 2018: a pré-produção sai da caverna

Com a carta em mãos, o trio AR publica no blog o primeiro post das traduções “Apêndice A: Condições (DRS)”. Trazendo as primeiras traduções autorizadas em Português.

3 | Polêmica do vocabulário: “Vez”, “Salvaguarda” e “Ínfero”

A iniciativa ganhou tração, mas não sem ruído. No fórum SpellRPG, tópicos chegaram a 90 mil visualizações com debates sobre escolhas terminológicas:

Termo inglêsTradução ARMotivo (resumido pelo AR)
turnvezevita “rodada” (board-game) e “turno” (juridiquês); é curto e intuitivo.
saving throwsalvaguarda“resistência” colidiria com a habilidade do Bárbaro e com Resistance spell.
fiendínfero“demônio” = subtype; “diabrete”/“diabo” = devils; precisava de hiperônimo neutro.

O próprio Augusto Ballalai explicou no thread de 4 nov 2018 ⁹ que a tradução era autorizada, mas 100 % aberta a emendas; críticas seriam incorporadas a cada update trimestral.

4 | Novembro de 2018: nasce o DRS 5.1 — Parte I

Em 1º nov 2018 o site AR publica a “Documento de Referência de Sistema – Parte 1. Dois dias depois, o SRD 5e em português está no ar. O PDF, liberado em formato pay-what-you-want na DMs Guild por exigência da plataforma, trazia 128 páginas.

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Primeira imagem de documento de Referencia de Sistema, parte 1, lançado pelos aventureiros.

5 | Janeiro de 2019: versão final “3.0”

Após cinco ciclos de revisão comunitária, o DRS — Versão Final (372 páginas) é publicado na DMs Guild em 12 jan 2019. O changelog sinaliza:

  • inclusão integral de Monstros e Itens Mágicos permitidos no SRD;
  • aplicação da errata de novembro 2018 da Wizards;
  • layout em duas colunas estilo Player’s Handbook;
  • hyperlink em todas as remissões internas. ⁷

Nota de capa (trecho):
“Esta é uma tradução autorizada pela Wizards of the Coast do SRD, sob o nº 180618-000578. Este documento é gratuito. Para baixar o arquivo, basta colocar 0 (zero) como valor de pagamento, antes de continuar.”

No mesmo mês, o blog AR passa a hospedar o DRS em HTML — escolha crucial para acessibilidade, cópia/cola e integração posterior a compêndios VTT como Foundry.

6 | Impactos imediatos

EfeitoManifestação prática (2019-2020)
Legalidade para criadores indieAventuras “compatíveis com D&D 5e” passam a usar o DRS em financiamentos coletivos  brasileiros sem medo de take-down, citando a licença 180618-000578.
Unificação de vocabulárioQuando a Galápagos lança o Livro do Jogador em out 2019, 82 % dos termos já batem com o DRS, reduzindo atrito entre material oficial e fan-made.
Pressão por PDF oficialA comunidade compara: DRS é grátis, buscável; livros Galápagos não têm PDF. Começa a campanha “Queremos digital!”.
Refúgio para mestres sem inglêsLojas e clubes imprimem trechos do DRS para sessões one-shot; universidades usam o texto em oficinas de narrativa.

7 | O elo OGL 1.0a → Fan Content Policy

A Wizards acatou a estratégia dos Aventureiros porque o SRD já era OGL; cabia ao tradutor renunciar a qualquer menção comercial a “produto oficial D&D”, limitando-se ao rótulo “compatível com D&D”. O número de autorização atesta que a empresa analisou cada página — o que, na prática, tornou o DRS um meio-termo entre fan content e publicação semi-oficial.

Esse arranjo inspirou outros idiomas “órfãos” (turco, tailandês, hebraico) a repetir o modelo: grupo de fãs + pedido formal + produção gratuita, tudo amarrado pela Fan Content Policy de 2017.

8 | Pedras no caminho

  • Divergência Galápagos — embora 82 % dos termos coincidam, 18 % não: “ação bônus” x “ação adicional”, “reação” x “ação de reação”, “Círculo de Magia” x “Nível de Magia”, “vez” x “turno”. Parte do fandom ainda oscila entre dicionários.
  • OGL em xeque — o caos da “OGL 1.1” em jan 2023 quase derrubou o site; se a Wizards revogasse a OGL, o DRS ficaria órfão. Felizmente, a empresa recuou.

9 | Linha do tempo completa (resumida)

DataMarcoFonte
Set 2017AR protocola pedido de licença (Basic Rules — negado)fontes internas
18 jun 2018Licença SRD 5.1 aprovada (#180618-000578)
30 jun 2018Primeiro post de tradução (Atributos)blog AR (arquivo)
01 nov 2018DRS Parte I online
04 nov 2018Debate “Tradução à vista” explode no SpellRPG
12 jan 2019DRS Versão Final (372 pág.) na DMs Guild
mar-abr 2019Adaptações para Foundry / Roll20 começamnotas AR
out 2019Livro do Jogador oficial (Galápagos) — 82 % de convergênciaanálise comparativa AR
2020-2021Especula-se 50 k downloads; surgem suplementos indie em PT-BR usando DRSDMs Guild e fóruns na internet

10 | Por que este capítulo importa

Enquanto editoras se engalfinhavam por contratos, um coletivo de fãs entregou, de graça, a base jurídica que sustentou toda a produção brasileira de 5ª Edição entre 2018 e 2024. O DRS não apenas preencheu um vácuo: ele pavimentou a estrada para que, anos depois, iniciativas como o SRD 5.2 em CC-BY pudessem nascer instantaneamente já padronizadas. Em outras palavras, quando a Wizards enfim abriu o conteúdo via Creative Commons em 2025, o Brasil já tinha um glossário, uma equipe de revisão voluntária e um histórico de colaboração que nenhum outro idioma possuía. E nós do Artifício já estamos com tudo pronto, com esses herois ao lado.

“Se editorialmente o Brasil sempre chega atrasado, no campo da ‘fan-trans-tech’ ele atravessa portais antes mesmo do mago olhar o mapa.”

Mesmo após o colapso das negociações editoriais de 2017, um coletivo sem patrocínio converteu 400 páginas em tempo recorde, obteve chancela jurídica da WotC e, dois anos depois, já estava assinando livros oficiais — um “curso intensivo” de tradução profissional que nenhum MBA ofereceria.

“Quando a Wizards dormiu, foi a turma do PDF que acendeu a fogueira.”

A tocha oficial: ascensão, catálogo completo e queda da parceria Galápagos × D&D (2019 – 2022)

“A editora abriu o portão, mas o dragão ainda cuspia fogo: três anos depois, o próprio dono da masmorra tomou a chave de volta.”

1 | Outubro de 2019 – a “grande volta” anunciada

Cinco anos depois do hiato que deixou o mercado órfão, a Galápagos Jogos (então braço brasileiro da Asmodee) anuncia em coletiva no MIS-SP e em release para a imprensa que “o Dungeons & Dragons 5ª Edição volta ao Brasil com tradução integral”.

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Version 1.0.0

O Livro do Jogador chega às lojas em 30 set 2019, seguido, ainda no mesmo trimestre, pelo Starter Set: Kit Introdutório (caixa com regras resumidas, a aventura Mina Perdida de Fandelver, dados e cinco personagens). A Red Bull Games crava no título: D&D está de volta ao Brasil — iniciativa da Galápagos já disponibiliza o Livro do Jogador.

2 | Catálogo Galápagos (2019 – 2022) — produtos comprovados

AnoProdutoProva de comercialização
2019Player’s Handbook – Livro do JogadorAmazon BR
2019Starter Set – Kit IntrodutórioAmazon BR
2020Monster Manual – Livro dos MonstrosAmazon BR
2020Dungeon Master’s Guide – Livro do MestreAmazon BR
2020Dungeon Master’s Screen – Escudo do MestreAmazon BR
2021Guia do Aventureiro para a Costa da EspadaAmazon BR
2021Baldur’s Gate: Descida ao AvernusAmazon BR
2021Guia de Xanathar para Todas as CoisasAmazon BR
2021A Maldição de StrahdAmazon BR
2022Eberron: Das Cinzas da Última GuerraAmazon BR

Observação: fontes de estoque Amazon confirmam Galápagos como editora para todos os links acima.

3 | Bastidores da equipe de tradução (2019–2021)

Bastidores & escada profissional – A turma que encabeçou o DRS 5.1 migrou direto para a vitrine oficial:

  • Augusto “Ballalai” assinou a tradução dos três Core Books (PHB, MM, DMG).
  • Daniel Bartolomei entrou no trio dos básicos, depois carregou o Guia do Aventureiro para a Costa da Espada (2021) e, em 2023, apareceu como co-autor do Bestiário do Folclore Brasileiro (Tria).
  • Ricardo Costa revisou e adaptou regras nos Core Books e, junto de Daniel, também firmou nome no Bestiário.

Primeiro uso comercial da licença – Em 2020, a Sagen Editora financiou Aventuras Fantásticas para Quinta Edição no Catarse: créditos de 4 das aventuras com com Ballalai, Bartolomei e Costa e a ressalva “baseado na tradução autorizada do SRD 5.1”. Foi o primeiro suplemento impresso no Brasil a declarar o DRS como fonte legal.

Ligação com Galápagos – Grande parte do glossário do DRS seguiu para a linha oficial.

Base aberta e permanente – O PDF “Portuguese SRD 5.1” continua pay-what-you-want na DMs Guild, sustentando dezenas de projetos indie que hoje citam a licença #180618-000578 como fundamento jurídico.

4 | Do litígio WotC × GF9 (2020) ao “aviso aos lojistas” que encerrou a fase Galápagos (2022)

9 de outubro de 2015 – Um movimento internacional de jogadores de D&D decide criar um protesto pedindo que a Wizards mude sua política de não traduzir para nenhum idioma o jogo, e uma lista de assinaturas é criada.  

[Data Desconhecida] Gale Force Nine e Wizards assinam contrato com a GF9 sendo a sublicenciada para gerenciar o processo de tradução de D&D em diversas línguas. A GF9 começa a negociar com empresas para tradução nos seguintes idiomas: Francês, Alemão, Italiano, Japonês, Espanhol, Polonês e Português

28 de junho de 2019 – Após os problemas de licenciamento de D&D em português serem enfim resolvidos legalmente, em São Paulo, no Diversão Offline de 2019, a Galápagos anuncia oficialmente o que alguns já “sabiam” através de boatos: A Galápagos assinou o contrato de licenciamento com a GF9 para trazer D&D para o Brasil em língua portuguesa. 

Mai 2020 – A Wizards of the Coast decide encerrar o contrato com a GF9. O desagrado começa com problemas com as traduções na França e Coréia do Sul. Com a recusa da GF9 em encerrar o contrato antes do término legal do vínculo (que ocorreria em dezembro de 2020), a Wizards of the Coast começa a fazer uma “operação tartaruga” na aprovação das traduções pelo mundo, afetando especialmente as traduções em português recém começadas.

13 out 2020 – A tensão entre a Wizards of the Coast e a Gale Force Nine, sublicenciada mundial para traduções, explode num processo judicial: a GF9 ingressa com a ação 2:20-cv-01506 no Tribunal Distrital de Washington, alegando que a Wizards tentava rescindir “antes do prazo legal” o acordo assinado em 2017 para gerenciar todas as localizações de D&D

No dia seguinte, o portal ICv2 resume a queixa: a Wizards teria travado aprovações de textos, exigido novas auditorias e anunciado que não renovaria o contrato após dezembro de 2020. A disputa terminou em acordo confidencial no fim daquele ano, mas abriu caminho para que a Wizards passasse a negociar diretamente com cada território.

10 fev 2022 – Seguindo o roteiro iniciado pelo litígio, a Wizards envia e-mail a redes de livrarias e lojas brasileiras:

“O contrato de licenciamento com a Galápagos Jogos não será renovado; a Wizards assumirá, de forma direta, a edição e distribuição de Dungeons & Dragons e Magic: The Gathering em português.”

15 fev 2022 – O texto vaza em grupos de lojistas e, em 22 fev, a revista Arkade publica a matéria “Wizards of the Coast não vai mais publicar Dungeons & Dragons e Magic em português”, confirmando o rompimento.

Na prática, a decisão congelou a linha Galápagos. Os dois últimos produtos ainda na pipeline Eberron: Das Cinzas da Última Guerra (lançado mar-2022) e uma reimpressão do Player’s Handbook — saíram já com o selo “Mundo Galápagos”, sem novo ISBN e tiragem limitada, apenas para liquidar estoques contratados antes do aviso.

A Galápagos se pronunciou brevemente ao extinto portal Meeple Minute (17 fev 2022), atribuindo a ruptura a “decisão unilateral da licenciadora” e prometendo suporte pós-venda para títulos já distribuídos.

Meeple Minute, 17 fev 2022 (arquivado) — “Galápagos confirma fim do contrato de D&D”

https://web.archive.org/web/20220220093324/https://meepleminute.com.br/galapagos-confirma-fim-do-contrato-dnd

Pós-aviso – A tentativa da Wizards de operar localmente mostrou fôlego curto: ainda em 2022 chegou às lojas apenas Guia de Van Richten para Ravenloft (fev), lançado sem créditos de tradução impressos, indicando produção direta nos EUA. — sinal de produção finalizada nos EUA e impressão terceirizada no Brasil.

Fev – Mar de 2023 – A Wizards of the Coast demite grande parte de seus funcionários na América Latina, incluindo todos os funcionários do escritório brasileiro. Não há mais anúncios do que será lançado, o suporte para português na página oficial deixa de existir e os produtores de conteúdo de D&D com foco em noticiar os lançamentos do jogo passam a ter que “se virar” para descobrir os novos lançamentos.

23 de fevereiro de 2024 – Wizards anuncia o fim da tradução e do suporte em língua portuguesa para D&D e Magic.

Janeiro de 2025 – o último livro de D&D 5e oficialmente em portugues é lançado – Tesouro dos Dragões de Fizban, pela Alpha CRC.

5 | Fase Wizards-BR direta – ou indireta (2022 – 2024)

Após assumir, a Wizards lança sob seu selo brasileiro:

AnoLivroObservação
Fevereiro – 2022Guia de Van Richten para Ravenloftprimeira publicação 100 % Wizards-BR (Não teve créditos da tradução em portugues)
Junho – 2022O Caldeirão de Todas as Coisas de TashaNão teve créditos da tradução em portugues
Outubro – 2022Mordenkainen Apresenta: Monstros do MultiversoNão teve créditos da tradução em portugues
Fevereiro – 2023Maravilhas Além do Luz de BruxaDessa vez, Alpha CRC aparece como tradutora terceirizada
Setembro – 2023Jornadas pela Cidadela RadianteAlpha CRC aparece como tradutora.
Novembro – 2023Dragonlance: Sombra da Rainha DragãoAlpha CRC aparece como tradutora.
Dezembro – 2024 (embora impresso em maio de 2023)Tesouro dos Dragões de Fizban Alpha CRC aparece como tradutora, lançamento noticiado em 25 dez 2024 como “o último livro de D&D em português”

A nota oficial de 24 fev 2024 explica a razão do encerramento: “custos crescentes e vendas baixas”.

6 | Linha do tempo consolidada

DataEvento
30 set 2019Livro do Jogador chega às lojas — estreia Galápagos.
2019–2021Galápagos publica Starter Set, Livros dos Monstros, Mestre, Escudo, Costa da Espada, Strahd, Avernus, Xanathar, Eberron.
fev 2022Wizards anuncia fim do contrato, assume distribuição.
mai 2022 – out 2023Guia de Ravenloft, Cidadela Radiante, Dragonlance lançados pela Wizards-BR.
24 fev 2024Wizards comunica fim de todas as publicações em português.
25 dez 2024Tesouro dos Dragões de Fizban sai via Alpha CRC — último título em PT-BR.

7 | Impacto da era Galápagos

  1. Normalização de preços – apesar do valor alto de capa (R$ 249,99), os livros Galápagos tornaram-se presença constante em grandes livrarias e marketplaces.
  2. Integração léxica – 80 % do glossário criado no DRS 5.1 foi mantido, reduzindo atrito entre “fan” e “oficial”.
  3. Ampliação de cenários – Costa da Espada, Strahd e Avernus abriram Forgotten Realms, Ravenloft e Baldur’s Gate para novos mestres.
  4. Formação de quadro profissional – Tradutores vindos do fandom consolidaram carreira editorial antes do corte.

“Três anos bastaram para erguer uma estante — e um único memorando derrubou tudo. Mas cada livro impresso continua na mesa de jogo, lembrando que nenhuma porta se fecha para sempre em D&D.”

“CC-BY na mão, lápis na orelha”: o anúncio do SRD 5.2 em português e a ofensiva artesanal do Artifício RPG

“Há quem espere o decreto de um rei. Nós preferimos afiar a pena enquanto a corneta ainda ecoa.”

1 | 22 de abril de 2025 – o clarim da Wizards

Quase como quem – após incendiar a própria OGL e apagar as labaredas com notas de desculpa – resolve abrir as portas do castelo, a Wizards of the Coast publicou no D&D Beyond o System Reference Document 5.2 completamente sob Creative Commons Atribuição 4.0. De um parágrafo para outro, tudo o que definiria a “quinta edição revisada” (armas com maestria, listas depuradas, a nova regra de descanso curto) passou a ser reutilizável sem pedido de bênção nem taxa em moedas de ouro.

Para a maior parte do planeta isso soou como “boa notícia, estudemos com calma”. No Brasil, soou como retumbar de tambores: o texto base da edição 2024 podia, enfim, ganhar uma tradução aberta – sem contrato secreto, sem selo de corporação, sem espada de Dâmocles jurídica.

2 | 23 de abril – o Artifício ergue a mão

Menos de vinte e quatro horas depois, soltamos um post curto, quase lacônica, mas carregada de pólvora:

“D&D SRD 5.2 em Português: Artifício RPG Anuncia Tradução”

Sem promessas hollywoodianas, o texto esclarecia cinco pontos essenciais – curtos, objetivos, bebericando aquela ironia editorial que virou marca da casa:

  1. Escopo – tradução integral, nada de ‘best of’: cada parágrafo, cada blocagem de regra, cada apêndice.
  2. Equipe – trio de velhos conhecidos do público: Rafael Castelo Branco, Daniel Bartolomei e Ricardo Costa, além de acréscimos como Paulo “Faren” Lima como gestor de projeto, Hugo como tradutor e Julian como revisor final, além da diagramação de Paulo César.
  3. Licença – todo o texto ficará sob CC-BY-4.0, com atribuição obrigatória à Wizards e ao Artifício pela expressão portuguesa.
  4. Calendáriojunho de 2025 para o PDF v1.0 e versão HTML navegável (“ou antes, se as madrugadas renderem”).

Nada de vaivém jurídico: link direto para a CC-BY, link para o SRD em inglês, link para o antigo guia de pré-projeto de tradução do próprio site. “Use, abuse, credite – e não nos processe.” Foi assim que noticiamos a grupos de WhatsApp e redes sociais, acompanhada pelo meme do velocista segurando um d20 em chamas.

História do D&D 5e em Português no Brasil (Artifício RPG), RPG - Mestre Charles Corrêa

3 | Como será o miolo – as notas já reveladas

O rascunho das Informações Legais, que publicaremos em anexo, antecipamos os parágrafos que irão na primeira página do PDF:

  • Bloco Wizards – Atribuição mandatória:

“Esta obra inclui material do System Reference Document 5.2, da Wizards of the Coast LLC.”

  • Bloco Artifício – Direito moral da tradução, nos termos do art. 7º §1º da Lei 9.610/98.
  • O que você pode – copiar, remixar, vender; manter nota completa; citar “compatível com a quinta edição”; não insinuar chancela oficial.
  • Aviso “as-is” – reprodução do disclaimer de ausência de garantias da CC-BY, reforçando que a Wizards nada deve a ninguém se um ogro estatístico quebrar sua aventura.

A Nota Editorial deixamos claro o DNA do projeto:

  • Diretrizes de localização da Gale Force Nine (padrão que orientou as traduções licenciadas desde 2017).
  • Norma oficial baseada na ABL e no Chicago Manual of Style.
  • Link para o guia “Como fazer um pré-projeto de tradução de RPG” – bitácora que explicamos, por exemplo, por que saving throw continua sendo salvaguarda e não “jogada de resistência”.

5 | Repercussão (e bastidores que podemos contar)

  • Editoras independentes – duas casas nacionais (os NDA impedem nomes) já sinalizaram: usarão a tradução do Artifício como base para suplementos 5E-compatíveis. “Mais fácil apoiar quem compartilha do que duplicar trabalho”, disse um editor em mensagem não-oficial.
  • Comunidade VTT – canais do Foundry abriram thread para portar o texto assim que o PDF sair, com voluntários marcando “dia de digitação” e café corrido.

6 | Linha do tempo macro (2015 → 2025)

Ano / mêsPonto de virada
nov 2015Redbox-Meeple-FoB anunciam tradução 5e (fracasso posterior).
mar 2017GF9 suspende localização brasileira.
jun 2018Fãs ganham licença #180618-000578 e lançam DRS 5.1.
set 2019Galápagos publica Livro do Jogador; linha oficial começa.
fev 2022Wizards encerra contrato Galápagos; assume publicações.
dez 2024Tesouro dos Dragões de Fizban encerra fase Wizards-BR.
22 abr 2025SRD 5.2 liberado em CC-BY-4.0.
23 abr 2025Artifício RPG anuncia tradução completa, prevista para jul 2025.

“Da negação de 2017 ao Creative Commons de 2025: oito anos, quatro selos, incontáveis e-mails. Agora, todos podem traduzir — mas quem tem glossário e café sai na frente.”

Referências Adicionais Marcadas

AutorTítuloVeículo / PlataformaData de publicação
¹João Paulo Francisconi“A 5e de Dungeons and Dragons em português”RPGista21 mar 2017
²Fabiano Neme“Sobre o D&D 5ª edição no Brasil”Nemenomicon (blog)22 mar 2017
³M. Telles“D&D 5ª Edição no Brasil: Redbox apresenta provas contra a Fire on Board”Rede RPG23 mar 2017
sem crédito assinável“Caso #dndgatebr – Carta aberta ao mercado”Buró Brasil23 mar 2017
Pablo Raphael“Novo ‘Dungeons & Dragons’ chega ao Brasil envolvido em disputa judicial”UOL Start22 mar 2017
Equipe RPG Mais Barato“Wizards anuncia tradução de D&D 5 para português”RPG Mais Barato23 mar 2017
Aventureiros dos ReinosDocumento de Referência do Sistema – Versão Final (PDF)DMs Guild12 jan 2019
Aventureiros dos Reinos“Documento de Referência de Sistema (DRS)”AventureirosDosReinos.com30 jun 2018 (post inicial)
vários autores (tópico)“DnD 5e: Tradução à vista” (fórum, 93 k visualizações)SpellRPGthread ativa 04 nov 2018
¹⁰Jeancarlos Mota“Dungeons & Dragons está de volta ao Brasil”Red Bull Brasil23 out 2019

Obs.: as páginas 1-3 do processo Gale Force Nine LLC v. Wizards of the Coast LLC (nº 2:20-cv-01506, Tribunal Distrital de Washington) estão disponíveis em CourtListener: https://www.courtlistener.com/docket/18547233/gale-force-nine-llc-v-wizards-of-the-coast-llc/ – matéria-resumo em ICv2 de 14 out 2020: https://icv2.com/articles/news/view/46644/gale-force-nine-sues-wizards-coast.

O post História do D&D 5e em Português no Brasil foi escrito pelo Artifício RPG, especialista em conteúdo de RPG em Português!

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Artifício RPG. lançou um novo conteúdo!
Do anúncio frustrado da joint-venture Redbox / Meeple BR / Fire on Board (2015), passando pelo #DnD-gate e a suspensão da GF9 (2017), à vitória dos fãs com o DRS 5.1 licenciado (#180618-000578), o breve reinado da Galápagos (2019-2022) e o fim do suporte oficial em 2024. Fechamos com o SRD 5.2 sob CC-BY-4.0 e a tradução aberta do Artifício RPG, prevista para junho / 2025.
O post História do D&D 5e em Português no Brasil foi escrito pelo Artifício RPG, especialista em conteúdo de RPG em Português! 

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História do D&D 5e em Português no Brasil (Artifício RPG), RPG - Mestre Charles Corrêa

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Charles Corrêa
Charles Corrêa

Charles Corrêa, também conhecido pelas alcunhas "Overmix" ou "Nandivh", é um apaixonado por RPG e desenvolvimento web. Residente em Porto Alegre/RS, estuda programação desde 2001 e trabalha na área desde 2010.

No mundo do RPG, iniciou sua jornada como jogador em 2014 e, desde 2018, dedica-se a mestrar campanhas envolventes e desafiadoras, especialmente dentro dos gêneros de horror e dark fantasy.

Com experiência em sistemas como D&D 5e, Pathfinder, Cthulhu Dark, Vaesen e, mais recentemente, Savage Worlds, Charles também nutre uma curiosidade especial por Rastros de Cthulhu.

Conhecido entre seus jogadores como um mestre sádico, ele adora desafiar até mesmo os mais experientes combeiros, criando missões e encontros que exigem estratégia e criatividade. Inicialmente utilizando o Roll20 como plataforma, atualmente conduz suas campanhas no Foundry VTT, sempre buscando formas de melhorar a experiência de seus jogadores, aplicando seus conhecimentos em programação para aprimorar a jogabilidade e imersão.

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