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Contos e sua Importância na Literatura por Crônicas Fantásticas

Contos e sua Importância na Literatura por Crônicas Fantásticas

Contos e sua Importância na Literatura por Crônicas Fantásticas, RPG - Mestre Charles Corrêa
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A humanidade se resume a histórias. Seja desde as pinturas rústicas nas cavernas até as grandes telas do cinema, o ser humano tem uma sede quase que insaciável por narrativas. Com elas atribuímos significado ao que antes era nublado pela limitação do conhecimento. Assim, tentamos aplacar o medo primitivo do desconhecido. Vemos tal aplicação nos contos gregos associados a mitologia, na qual o homem trazia lógica fantástica ao até então tenebroso campo da incerteza. Por outro lado, tal temor pode derivar de nós mesmos, levantando perguntas a respeito de nossa própria existência e de nossos interesses mais sombrios. É impossível listar com precisão as vastas motivações para se contarem histórias. Porém, uma coisa é certa, elas fazem parte da lista de necessidades básicas de uma pessoa.

Assim como muitas mídias, a literatura encaixa-se na arte de contar histórias. Ela traz, fora a estrutura padrão de um romance, subgêneros no vasto campo literário, como é o caso dos contos.

O que é um Conto?

Um conto é uma narrativa literária em tamanho reduzido. Em contrapartida, um romance — concepção estrutural mais conhecida na literatura — tem uma composição mais extensa, com três grandes mudanças (atos) que juntos definem a jornada do protagonista. O modo de escrita, trazendo descrições de ambientes, personagens e o caminhar das histórias é igual nas duas categorias. Dessa forma, tanto romancistas como contistas são profissionais qualificados para contar histórias e, embora não pareça, as peculiaridades entre as duas abordagens trazem narrativas completamente diferentes.

O Principal Elemento de um Conto

É claro que o que mais chama atenção em um conto é o tamanho inferior em relação a um romance. Contudo, essa limitação tem um detalhe especial para destacar o subgênero. Quando um leitor se depara com um livro de duzentas ou mais páginas, é preciso estar ciente que para absorver a experiência fornecida pelo romance um tempo grande de leitura precisa ser investido. No entanto, em um conto, o tempo de conclusão é reduzido e a satisfação final também é alcançada. Isso não classifica o conto como sendo superior ao romance. Ambos possuem características únicas e cabe ao leitor saber qual delas é de maior proveito para ele.

Um bom contador de histórias tem por obrigação vender emoções, nas quais são transcritas através de palavras em um conjunto de páginas. Portanto, a limitação de tamanho não é um fator que deve ser considerado como negativo e visto de maneira inferior. Um bom escritor tem a capacidade necessária para usufruir dos elementos de um conto e conseguir envolver o leitor com uma boa narrativa. Tanto um como o outro tem o mesmo objetivo: contar histórias.

Versatilidade dos Contos

Enquanto em romances a estrutura demanda uma aplicação mais direta para certos momentos da vida do protagonista, os contos são livres de tais regras restritivas, sendo capazes de perambular pelas areias do tempo com mais coerência e versatilidade. Um romancista atenta-se aos eventos que são importantes para a narrativa do momento. Ou seja, um detalhe que não enriquece a temática abordada é claramente repudiado pela estrutura da história, uma vez que abordá-lo não contribui em nada para o livro. Por outro lado, um contista é livre se quiser caminhar ao longo do tempo e contar várias histórias do mesmo personagem. Devido ao tamanho reduzido, ele pode concluir uma narrativa e começar outra com mais rapidez do que um autor de romances.

As revistas pulp´s tinham a mesma abordagem. Robert E. Howard, criador de Conan, o Bárbaro, escreveu inúmeros contos sobre o personagem em momentos diferentes de sua vida, sem ser limitado pela obrigatoriedade de estruturar os fatos em um romance. Dessa forma, o escritor conseguia explorar a vida do cimério em sua completude através de um pequeno espaço de tempo. Por exemplo, em A Fênix na Espada, vemos Conan como um rei que precisa lidar com as conspirações que rodeiam a vida de um homem civilizado. Já em Além do Rio Negro, o bárbaro deve se manter atento aos perigos selvagens que espreitam a jornada de um mercenário contratado para reforçar a guarnição de um forte fronteiriço.

A Importância dos Contos

Em suma, contos e romances não devem ser vistos como rivais, mas sim como obras complementares. O próprio Robert E. Howard transitou por ambos os gêneros, escrevendo contos para revistas pulp´s e aventurando-se no romance com A Hora do Dragão. Como dito anteriormente, a diferença entre eles apenas enriquece as características individuais e você como leitor só tem a ganhar, pois encontrará boas narrativas tanto em contos como em romances.

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Fonte: Crônicas Fantásticas
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Charles Corrêa
Charles Corrêa

Programador Web, Jogador de RPG e Jogos Eletrônicos, Mestre nas horas vagas. Costuma jogar com as classes Paladino, Monge e Feiticeiro de D&D, Dragonborn, Aasimar, Elfo e Meio-Elfo são as Raças favoritas.

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